A nomeação do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados continua rendendo críticas pelo Brasil. Agora, são mais de 150 lideranças evangélicas pedindo a substituição do pastor por um parlamentar mais “familiarizado” com o tema.
A Rede Fale pede aos deputados evangélicos da comissão – que, segundo o coletivo, são 12 dos 18 membros – que indiquem um novo nome. “Entendemos que este momento representa uma oportunidade concreta para a promoção e a defesa dos direitos dos mais vulneráveis e das minorias”, informou em nota.
Antes dessa nova nota, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), que integra as igrejas Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Sirian Ortodoxa de Antioquia e Presbiteriana Unida, também divulgara nota de repúdio à eleição de Feliciano.
Em entrevista à revista Fórum, o pastor da Igreja Batista Marcos Dornel (foto) teceu críticas ao parlamentar e pediu como representante “alguém que tenha histórico de luta com direitos humanos, que conheça o que foi a tortura no Brasil, saiba o que é trabalho escarvo, entenda que existe tráfico de pessoas, enfim, que tenha lutado por pautas da área de direitos humanos.”
Leiam a entrevista:
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Como o senhor viu a eleição de Marco Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados?
Marcos Dornel – Foi uma forçada de barra, tinha que colocar alguém do PSC e acharam o pior nome. Fizeram uma reunião entre os evangélicos do partido, e o nome mais forte era o dele. Não vejo com bons olhos essa nomeação, as polêmicas causadas por ele nos prejudicaram. Estamos colocando em xeque, por causa de um cara que não tem histórico de luta pelos direitos humanos, toda uma nação, que é a nação evangélica.
A minha vocação para ser pastor me mostra que tenho que olhar para as minorias, e Feliciano é midiático e alegórico, muito vaidoso, faz até chapinha no cabelo. Deveria cuidar do rebanho e menos da política.
Segundo Feliciano, uma “maldição recai sobre a África”. Em sua interpretação da Bíblia, como o senhor vê essa afirmação?
Marcos Dornel – Nós, teólogos, estamos nos revirando, porque em nenhum momento na Bíblia Deus joga uma maldição sobre uma raça ou um povo. Essa frase foi uma infelicidade do Feliciano. A própria palavra diz que todo aquele que crê em Deus é abençoado. A Bíblia diz que tudo que Deus criou é bom, então, se tudo é bom, todas as raças são boas. Você dizer que uma raça é amaldiçoada é uma besteira. Ele foi infeliz.
Mais de 150 lideranças assinaram uma carta de repúdio ao Feliciano, o senhor concorda?
Marcos Dornel – Eu me incluo nessa faixa de rejeição ao nome dele como presidente, nós estamos repudiando esse cara. A comissão deve ser presidida por alguém com histórico de luta pelos direitos humanos, que conheça o que foi a tortura no Brasil, saiba o que é trabalho escravo, entenda que existe tráfico de pessoas, enfim, que tenha lutado por pautas da área de direitos humanos. Não sou contra porque ele é um líder religioso, mas sim porque ele não tem qualquer experiência no assunto. Marco Feliciano não representa as minorias. Aliás, se existe uma diferença entre elite e pobres na igreja, o Feliciano representa essa elite.
Há, no discurso do Marco Feliciano, uma deturpação dos valores da Bíblia?
Marcos Dornel – Olho para o Felicano e vejo um pastor que só prega sobre prosperidade. Jesus ensinou para nós que mais importante é ser, o Marco prega que devemos ter. Pregamos uma igreja que reparte, a igreja do comum, é a igreja que Jesus diz: “Se você tem dois quilos de arroz, dê um a quem não tem”, é uma igreja que está ao lado das minorias. Os direitos humanos não tem que defender o pobre por ele se pobre, mas sim por ele ter dignidade humana, é isso que a Bíblia prega. Um cara que prega que só é próspero quem tem casa na praia, tem o carro do ano, isso não é direitos humanos, isso é direito de quem tem.
O senhor acredita que esse fato possa estimular o preconceito contra os evangélicos?
Marcos Dornel – Nunca tivemos a oportunidade de debate nesse país, podemos, hoje, mostrar o que Cristo nos pregou. Agora, com esse cidadão na presidência, tudo pode se voltar para trás, porque todo o trabalho de igrejas evangélicas vai por água baixo. Estamos vendo uma mini-guerra religiosa no meio das igreja evangélicas, já estamos desgastados por conta desses pastores midiáticos. Ressalto, não é por ele ser evangélico, mas é que ele não representa os direitos humanos e as minorias.
Valdair
25 de março de 2013 - 23:10Hiroshi
O desvio de conduta não é exclusivo dos pastores dos padres ou qualquer outro lider religioso, é tambem de médicos, advogados, professores e policiais como pessoas humanas que são, a busca do dinheiro facil faz com que as pessoas percam seus valores morais e eticos, chegando ao ponto de realizar verdadeiros assaltos a pessoas carentes e fragilizadas que chegam aos templos das mais diversas religiões em busca de soluções das mais variadas possiveis. Acho que a questão deste pastor deputado na comissão de direitos humanos, não é tão relvante, quando vemos desfilarem em comissões importantes do congresso nacional, mensaleiros, assaltantes do dinheiro público, se é para protestar comecemos pelas comissões que verdadeiramente influenciam na vida diária de todos os brasileiros , que não tem escolas de qualidade, onde professores ganham um salário de miséria, onde a saúde pública, mata uma mulher grávida por semana como acontece em Marabá, comissões que tratam da segurança, comissões que tratam de desviar dinheiro das estradas que matam brasileiros dia após dia e ninguem protesta. Hiroshi meu caro amigo, vamos protestar sim, mas protestar contra aqueles que realmente tem imporância, nas decisões, quero deixar claro, que tambem não concordo com esse pastor nesta comissão, mas não concordo, com os mensaleiros dos genoinos e companhia e todos os condenados no supremo tribunal que incistem desfilarem soberbos nos corredores do palácio, pois foram condenados.e devem ser expurgados da vida pública.
Alberto Silva Filho
24 de março de 2013 - 10:33Ser lider evangélico é uma coisa que não consigo aprovar, inventam tantas lideranças, que as pessôas não conseguem entender as coisas de DEUS, um homem ou uma mulher de DEUS devem ser identificados quando aplicam e praticam bem A PALAVRA DA VERDADE, se esses homens tivessem bom senso não tentariam atropelar ou prejudicar a caminhada de alguém que foi escolhido/eleito.
Alberto Silva Filho
24 de março de 2013 - 10:19A verdade seu dornel, é que essa minoria deve se converter em primeiro ao Senhor JESUS se não pelo menos para suas religiões, como seu dornel você tem coragem de divulgar contra a IGREJA uma idéa de que irá por água abaixo, quando a PALAVRA é de que o inferno não prevalecerá contra ELA, aplique e creia em DEUS, em vez de atrapalhar faça melhor dando sua parcela de ajuda, incentivando e contribuindo com quem tem vontade de trabalhar por um BRASIL melhor, assim sua aceitação popular vai melhor.
Alberto Silva Filho
24 de março de 2013 - 10:06Meu caro dornel, o que eu identifico em seu depoimento é que você é mais um que se perturba com um pastor no cargo, quero que você saiba que a melhor direção para quem governa seria a PALAVRA DA VERDADE e, sei que isso o PASTOR MARCOS faz muito bem.