O coronel aposentado de Belém reconhecido por Soldados da Guerrilha do Araguaia como o médico supostamente participante da morte de guerrilheiros com injeções letais, foi citado algumas vezes nas conversas que este pôster manteve com ex-torturados da guerrilha, durante uma série de entrevistas gravadas na região do Bico do Papagaio, quatro anos passados.

O médico agora alvo de matéria do portal UOL, vez por outra, nas sessões de depoimentos que este blog já postou, era citado sempre em formato de uma mesma frase: “Tinha um médico chamado Capitão Walter que aparecia na ´Bacaba´(centro de tortura localizado na rodovia Transamazônica)…”

Apesar da lucidez de todos os entrevistados, as citações de Walter Monteiro, hoje com 74 anos, eram sempre envoltas a nebulosas lembranças. As rápidas passagens de histórias envolvendo a participação do médico militar em alguns episódios foram descritas sem a convicção necessária dos fatos consumados.

A força do tempo traçado ao longo de quarenta anos apagara da memória dos entrevistados o verdadeiro roteiro do dia a dia do médico na guerra suja do Exército.

Hoje, reconhecido por outros personagens que também tiveram importante papel na Guerrilha do Araguaia, “capitão Walter” pode, sim, ter sujado sua mão com o sangue de jovens brasileiros que apenas sonhavam em viver num país de liberdades individuais e democraticamente justo.