Renan Lopes Sousa, prefeito de Água Azul do Norte, não fala com Romildo Veloso e Silva, prefeito de Ourilândia do Norte. E vice-versa.

Os dois estão rompidos depois de troca de acusações públicas na briga que ambos travam na Justiça pela definição a qual território pertence as ricas jazidas de níquel do Projeto Onça-Puma.

A disputa é por uma causa bilionária: o recolhimento de royalties aos sofres de quem provar ser dono das minas.

Renan é do PMDB, partido que acionou o STF, tempos atrás, na tentativa de provar ser de Água Azul o níquel em disputa.

O STF devolveu a ação para a Assembléia Legislativa do Pará mediar.

Um projeto do deputado Domingos Juvenil, do PMDB e presidente da AL, em regime de espera para ir a plenário, tenta definir a disputa territorial favorável a Água Azul.

Em banho-maria, a matéria mofa em alguma gaveta. Nenhum deputado quer colocar a cara a tapa faltando poucos meses para nova eleição.

Se puxar prum lado, perde votos do outro. E, ao contrário, do mesmo jeito.

O prefeito de Ourilândia, filiado ao PDT, pra não perder terreno na disputa, não se fez de rogado.
Habilmente, dirigiu-se ao escritório do deputado federal Jader Barbalho, em Belém, pedindo apoio. E não foi sozinho.

Levou a tiracolo empresários e políticos de municípios vizinhos a Ourilândia (São Félix do Xingu, Tucumã e São Geraldo do Araguaia), e disse que com Jader tudo fica mais fácil.

Com mais de 40 anos de vida pública, Jader agiu com a habilidade de sempre, cuidando, à distância, para não melindrar o humor do correligionário Renan.

Nem sim, nem não.

– “Já estive do lado da vidraça e do lado da pedra, conheço os dois lados e, por isso, asseguro que o melhor caminho é o da tolerância, porque o Pará merece o melhor de nós.”

Resumiu o presidente estadual do PMDB, ao ser provocado sobre a questão dos royalties envolvendo os dois municípios, acrescentando ser a causa justa e que é bom lutar por uma questão que decide o desenvolvimento e o progresso de uma região.