Nos últimos 30 anos, Marabá sempre teve uma voz do meio empresarial debatendo questões de interesse macro da Região, lutando para a implantação de empreendimentos voltados ao desenvolvimento regional, servindo de interlocução junto aos governos

Gilberto Leite foi uma dessas vozes, que silenciou definitivamente quase cinco anos passados, vítima de câncer.

Leonildo Rocha também era voz ativa, estava sempre à linha de frente, encorpando as batalhas encampadas pelo setor.

Também se foi precocemente.

Isso tudo  à frente da movimentação da classe política, que nunca teve representantes com visão universal do que pode ou não gerar demandas  nas áreas de emprego e renda.

A classe política marabaense sempre andou à reboque das lideranças empresariais que despontaram no município, construindo belas histórias de luta.

Leonildo, como todos sabem, também nos deixou cedo, depois de ter a visão de construir o Shopping Pátio Marabá.

Para sorte dos marabaenses, outro personagem procurou levar adiante as lutas de Gilberto e Leonildo.

Depois da perda dos dois executivos talentosos, o  empresário Ítalo Ipojucan ficou no comando das lutas, defendendo com unhas e dentes as oportunidades de produção, indicando caminhos, debatendo novos nichos de geração de renda e emprego.

Ítalo tem um talento indiscutível  na defesa dos negócios estratégicos, além de ser um persistente interlocutor junto a mineradora Vale.

Os três, Gilberto, Léo e Ítalo, em comum, ocuparam diversas vezes a direção da Associação Comercial e Industrial de Marabá, levando para dentro da entidade, lutas históricas como a defesa inicial de implantação do Projeto Salobo, projetos de verticalização diversos, entre eles, a Alpa e a Cevital, que terminaram não dando em  nada.

Mas os três lutaram bravamento para que se tornassem reais.

Ítalo, até o início de 2019, continuava à frente das grandes batalhas pela industrialização de nossos minérios.

Infelizmente, mergulhou.

Dedica-se agora a manter vivas suas empresas no rastro da crise econômica que domina o país há mais de cinco anos.

Mas a saída de cena de Ítalo Ipojucan retirou  seu principal e único interlocutor realmente preparado para debater a questão da verticalização.

Na região, raríssimos conhecem como ele a questão, e demonstram uniformidade em suas pegadas junto às lideranças políticas e representantes governamentais.

Ítalo tem o diagnóstico de todas as nossas potencialidades, o caminho a seguir para seu aproveitamento.

No momento, depois da saída de cena de Ipojucan, a região perdeu sua voz

A visão macro de Ítalo é oque vinha possibilitando a análise de todas as variáveis e a antevisão dos efeitos das ações que a região precisa travar, urgentemente, para conseguir entrar de vez na era da industrialização.

Essa ausência de Ipojucan, o blogueira já vinha sentindo, nos meios empresariais.

Mas, semana passada, reunido com grupo de universitários, fomos alertados, pela voz de alguns deles, durante debates, o estrago que faz  o afastamento das lutas do ex-presidente da Associação Comercial.

Ou seja, a atuação de Ipojucan criou recall  junto a opinião pública, principalmente entre os jovens que lutam no interior de uma universidade pensando em crescimento profissional, depois de deixarem a Academia.

O silêncio da voz de Ipojucan está incomodando  também alguns jovens que se identificam com as bandeiras defendidas por ele.

Cadê você, Ítalo?