O governo do Estado conseguiu nesta terça-feira (21) a liberação de mais R$ 20 milhões para as obras de prolongamento da Avenida João Paulo II, em Belém. Os recursos estavam retidos, aguardando parecer da Caixa Econômica Federal, que autorizou o repasse após reunião no edifício sede do banco, em Brasília.

Participaram da reunião o diretor geral do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), Cesar Meira; o gerente da obra, Luiz Guerra; o gerente de Projetos do Ministério das Cidades, Ricardo Caiado, e o coordenador geral do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) junto à Caixa, José Carlos Medaglia.

Os recursos liberados, que estavam retidos desde dezembro do ano passado, fazem parte do Orçamento Geral da União (OGU). A falta de um entendimento entre a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades sobre a necessidade de assinatura de um documento, a Autorização de Início de Objeto, gerou o entrave, que só foi resolvido após várias reuniões entre Cesar Meira e autoridades do ministério e da Caixa.

Após a reunião e a solução do entrave, a Caixa autorizou a liberação de R$ 7 milhões iniciais para a retomada das obras. O restante do valor, junto com a contrapartida do Estado, deverá ser liberado dentro de quatro meses. Com isso, as obras de prolongamento devem caminhar para o final, estendendo a Avenida João Paulo II, à altura da Passagem Mariano, até o elevado da Rodovia Mário Covas, já no município de Ananindeua. A previsão para a entrega da obra concluída é o segundo semestre do ano que vem.

O diretor da Caixa, José Carlos Medaglia, lamentou o atraso na liberação dos recursos, mas disse que parte do problema se deu por causa das mudanças políticas ocorridas no Brasil, com a troca de titulares nos ministérios. Disse ainda que se não fosse por isso, os recursos já teriam sido liberados, porque a obra de prolongamento da João Paulo II “é uma das mais importantes de várias que a Caixa monitora em todo o Brasil”. “É uma das obras mais viáveis e de suma importância para o bem-estar da população de Belém”, disse Medaglia. “Os recursos que já liberamos foram bem empregados e isso percebemos nas visitas que temos feito para verificar o estado das obras”, concluiu o diretor.

Para Cesar Meira, a liberação dos recursos vai permitir o aumento do ritmo da obra, que “nunca parou, apenas andou dentro do limite da realidade do Brasil”. Meira disse que agora o trabalho é reprogramar o cronograma para concluir o projeto. “Mais que uma obra de mobilidade, o prolongamento da João Paulo II vai trazer mais qualidade de vida à população e mais proteção ao meio ambiente, pois cria “um cinturão em volta do Parque da Cidade, preservando ainda os lagos Bolonha e Água Preta, constantemente ameçados pela expansão urbana”, concluiu o secretário.

Mobilidade – O prolongamento da Avenida João Paulo II desafogará o tráfego na Região Metropolitana de Belém, pois hoje o acesso à capital é feito apenas pela Rodovia BR-316. A conexão do prolongamento com o elevado do Coqueiro, e daí com a Rodovia Mário Covas, também permitirá o acesso direto a Belém de veículos oriundos dos conjuntos Cidade Nova e Paar, e dos bairros do Coqueiro e 40 Horas, em Ananindeua.

Para o governo do Estado, o prolongamento da avenida é necessário para a implantação do Bus Rapid Transit (BRT) previsto no Ação Metrópole, já que o início das obras na BR-316 deverá alterar o trânsito. A obra compreenderá o trecho entre a Passagem Mariano e a Rodovia Mário Covas, e ficará com duas pistas, três faixas por sentido, ciclovia e calçadas em ambos os lados, além da construção de duas pontes, uma a 60 metros da Passagem Mariano, transpondo a ponta do Lago Bolonha, e a outra a 200 metros da Rua da Pedreirinha, transpondo a ponta do Lago Água Preta. A interligação da Avenida João Paulo II com a BR-316 se dará com a construção da quarta pétala do elevado do Coqueiro. Toda a obra terá cerca de quatro quilômetros.

O prolongamento da Avenida João Paulo II é a segunda etapa do Projeto Ação Metrópole. A primeira etapa foi finalizada com a construção da Avenida Centenário Assembleia de Deus e do elevado Günnar Vingren. A terceira fase será a implantação do Sistema BRT, trafegando em canaletas na Rodovia BR-316, em faixas exclusivas. (Por Pascoal Gemaque )