Com receita alta, Fla discute como lidar com empréstimos em 2016

– Jornalista Rodrigo Mattos

 

 

Ao assumir o Flamengo, a gestão do presidente Eduardo Bandeira de Mello tinha como maior problema a sua dívida fiscal que inviabilizava o clube. Essa questão está próxima de solução definitiva. Com a receita em alta, seria hora de desfrutar com investimentos fortes em 2016. Só que restam empréstimos pesados para quitar no próximo ano.

O balanço do primeiro semestre rubro-negro de 2015 mostrou que se mantém a trajetória de receita em alta (R$ 172 milhões), e contenção de despesas, com redução da dívidas (em torno de R$ 200 milhões em dois anos e meio). Ressalve-se que o resultado ficou abaixo da meta pela demora de um dinheiro de incentivo fiscal. E que houve aumento de custos com a chegada de Guerrero. Mas não se comprometeu o equilíbrio financeiro.

Com a aprovação da Lei do Profut – na qual há óbvios méritos do presidente rubro-negro-, o desenho seria otimista no clube para 2016 com queda do pagamento pela dívida fiscal e o aumento do contrato de televisão. Saltará de R$ 100 milhões para R$ 170 milhões a cota do Flamengo.

Há nuvens, porém, no horizonte. Para se sustentar no pior aperto, o Flamengo fez empréstimos que somam agora R$ 144 milhões – R$ 60 milhões a mais do que quando entrou Bandeira no clube. Entre os credores, a Concessionária Maracanã, a Polo Capital, banco BMG, etc. Neste ano, tem que pagar R$ 30 milhões. Em 2016, serão R$ 75 milhões, maior montante. Em 2017, o valor cairia a menos da metade.

Há uma discussão no financeiro no clube sobre como lidar com esses números. Uma corrente defende que se mantenha o aperto no próximo ano para pagar o grosso dos empréstimos, e outra quer que se alongue mais o débitos para anos futuros.

O resultado desse debate interno vai determinar qual será o tamanho do investimento do Flamengo no próximo ano. Entre as demandas reprimidas está a construção do CT Profissional, considerada prioridade na administração. E há o time de futebol que se reforçou, mas ainda tem carências.

Essa discussão vai se dar em meio à eleição e o próximo presidente, seja Bandeira ou um opositor, terá de tomar a decisão com seus pares. Aí a torcida poderá saber se será hora de aproveitar os sacrifícios financeiros dos últimos anos, ou se esses vão se prolongar (de forma bem menos acentuada) por mais uma temporada.