Ainda vale a pena vislumbrar resultados obtidos por propriedades que têm rebanhos (bovino de corte ou de leite) com genética  devidamente provada?

As comprovadas vantagens das margens líquidas e também de aspectos ambientais e sociais das propriedades “com genética”  ainda são significativas, traduzindo em maior sustentabilidade desses negócios?

A considerar o grande número de criadores regionais de gado P.O (Pura Origem) que têm desistido dos investimentos no melhoramento genético, não vale mais a pena.

Financeiramente, realizadas todas as contas possíveis, o lucro atualmente é mínimo.

E quem afirma isso são os próprios criadores.

Só pra exemplificar, nos últimos anos, no Estado do Pará, cerca de quinze grandes criadores deixaram de trabalhar geneticamente o gado regional.

O blogueiro fez um levantamento e expõe a seguir  nomes de criadores que deixaram de produzir gado P.O:

 

Breno Borges 

Revemar

Austregésilo Moreira

Miguel Scaramussa, na Fazenda Bonita, em Paragominas

Marcos Lott, Paragominas

Rui Leão

Benedito Mutran

Adilson Torreão

JPC Agropecuária

Archimedes

Asa Agropecuária

Pinguim Agopecuária (Altamira)

Djalma Bezerra, Fazenda Promissão

Marcos Marcelino , Fazenda Campo do Boi

 

O grande gargalo dos investimentos em melhoramento genético são as normas da ABCZ, entre elas a obrigatoriedade de cumprimento de controles das crias geneticamente trabalhadas,  as taxas exorbitantes cobradas, os altos custos dos técnicos da ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu) com o pagamento de altas taxas,  diárias dos profissionais,  traslados de ida e vinda das fazendas,

Além disso, os custo altíssimos da FIV (Fecundação In Vitro) com índice de prenhez baixo em torno de 30 a 40%, no máximo.

O acasalamento, também, tem custo elevadíssimo.

Um técnicos para fazer o acasalamento em uma fazenda  cobra uma diária média de R$ 3.500,00.

Recomenda-se incluir na conta as elevadas  despesas com a diária de veterinários, que precisam ir a fazenda realizar toques e exames andrológicos.

O retorno de todo esse trabalho, o tempo transcorrido  para se vender um touro geneticamente trabalhado, desde quando  tem inicio o processo  na vaca, tempo de prenhez , tempo de desmame, dura quatro anos.

Posteriormente, vem o tempo de realização do leilão,  e oferecer mais trinta parcelas para o pagamento do animal vendido.

Certamente, essa é a conta que os grandes criadores estão fazendo, e desistindo de investimentos no gado P.O.

Custo alto na formação do animal e demora para retorno da grana investida, considerando que o retorno é feito “em pedacinhos”, já que as parcelas tem valores módicos no máximo de R$ 300,00/mês, enquanto o investimento na formação do boi é à vista.

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Atualização às 12h33

Da relação de empresas do agronegócio publicada acima, apenas Revemar e a Asa Agropecuária ainda mantém alguns touros para saldar plantel.

O Grupo Revemar já liquidou o plantel P.O com as fêmeas.