É importante que um mandato político combine a preocupação com a comunidade e a compreensão da política.
É fundamental que o representante escolhido, tanto no legislativo quanto no executivo, considere as necessidades da população, além de adotar decisões estratégicas que levem em consideração os elementos técnicos e as complexidades da política.
A política, apesar de seus desafios, é o sistema que assegura a convivência em sociedade e a elevação das condições de vida para todos – embora, nos últimos anos, algumas pessoas venham conseguindo obter mandatos apresentando-se como um outsider na política, dizendo-se fora do sistema partidário tradicional, frequentemente sem experiência anterior na política institucional
Dito isso, tenho observado o embate que o Executivo de Marabá tem travado com a Câmara Municipal. É a primeira vez na história do município, início de mandatos registrar uma independência tão significativa do legislativo em relação ao executivo.
E essa independência de favores e de acordos suspeitos, só faz bem ao município. É preciso, sim, haver no horizonte político de uma cidade, uma Câmara Municipal altiva e com poder de voz coletiva.
O vereador Ilker Moraes, ao longo de seus quatro mandatos, tem revelado posturas corretas, independentes, mantendo-se dentro de uma coerência comportamental que o qualificam como político de atitudes.
Fazendo uma busca aqui no Google, dá para constatar que a representatividade adquirida por ele nas urnas impressiona.
Eleito a primeira vez em 2012, Moraes obteve 846 votos; quatro anos depois (2016), sua reeleição foi sustentada por 1.523 votos. No pleito de 2020, mais uma reeleição, com 1.571 votos.
No pleito do ano passado, Ilker Moraes dobrou sua votação em relação a 2020, conseguindo a recondução ao cargo pela confiança de seus 3.051 eleitores.
Agora à frente da presidência da Câmara Municipal,, Ilker expõe uma liderança segura, valorizando as prerrogativas dos vereadores.
Não tenho nenhuma ligação assídua com o vereador Ilker, conversamos raras vezes. No entanto, como jornalista observador que sempre fui, mergulhar nessas questões que envolvem os embates políticos dos poderes, é uma obrigação necessária para entender o processo político local.
Presidente da Câmara Municipal de Marabá, a autoridade de liderança obtida por Moraes junto a pelo menos 12 vereadores, concede a ele a prerrogativa de defender, com unhas de gato, a agenda autônoma estabelecida pelo legislativo.
Torcemos para que a administração pública consiga bons resultados em sua empreitada de gestão. Marabaense nascido à beira do rio Tocantins, estou na trincheira do jornalismo há anos, encarando poderosos, denunciando desmandos, sempre na expectativa de dias melhores para a cidade. E continuo assim pensando, independente de quem esteja ocupando o cargo de prefeito.
Esse embate envolvendo os dois poderes de Marabá enfraquece o enfrentamento dos desafios, cria barreiras instransponíveis para uma bem-sucedida travessia de temporais, além de desestabilizar as instituições.
Anos atrás em São Luís (MA), quando eu trabalhava como assessor de imprensa da Fesma, transformada depois em Universidade Estadual do Maranhão, à convite do então Reitor José de Ribamar Fiquene, que viria depois a assumir o governo do Estado, além e ter sido prefeito de Imperatriz, em uma das visitas que o então senador José Sarney fazia eventualmente ao seu amigo Fiquene, ouvi essa preciosidade dele, Sarney, conversando no gabinete da reitoria:
– O político nunca deve ciscar para fora. Cisque sempre “para dentro”
A frase tem um potencial metafórico de lembrar a necessidade do diálogo, ao invés da confrontação; da harmonização de ambientes, evitando-se o ´bateu, levou´.
Além do mais, necessário lembrar aquela máxima: -“entre o mar e o rochedo, quem se ferra é o marisco” . O mar e o rochedo são forças naturais, cada um com seu papel, mas é o marisco que precisa se adaptar para sobreviver.