Situação 1
Em Parauapebas, a situação desagradável vivida pelo município com a perda preocupante de arrecadação desenha cenário negativo para o futuro do lugar As jazidas de minério de Serra dos Carajás estão se exaurindo, fechando, com isso, os ciclos de boom econômico que têm marcado Parauapebas por muitos anos como um dos maiores municípios arrecadadores do Brasil.
A queda acentuada no recolhimento de royalties por Parauapebas fez Marabá superar o vizinho município na balança comercial, pela primeira vez.
Nesses últimos 30 anos Parauapebas assumiu a dianteira no que diz respeito à arrecadação tributária total, e deu um passo enorme em relação a desenvolvimento e crescimento – tanto que ficou com a população até um pouco maior que Marabá.
Porém, o que se verifica, a partir deste ano, notadamente em abril, é que Marabá, pela primeira vez, o município ultrapassou Parauapebas na soma de todos os valores tributários arrecadados no mês.
Situação 2
Além de ter perdido para Marabá a liderança em arrecadação, pelo menos no período citado, o vizinho município vive momento de desorganização em seus protocolos administrativos. Os conflitos políticos locais enfraquecem as articulações no sentido de manter a balança de influência econômica sempre pendendo para o lado de lá. Nos últimos anos, Parauapebas ganhou destaque na região como polo influenciador econômico, embora a comunidade sempre esteve atendida aquém de suas necessidades sociais.
Situação 3
Na esteira desses acontecimentos, o ano de 2025 tem espalhado ventos favoráveis a projetar Marabá como o município protagonista no eixo geopolítico do Sul/Sudeste do Pará.
Aparentemente, pode-se dizer que Marabá está muito mais bem organizada do ponto de vista administrativo-financeiro do que Parauapebas, referente a gastos e aos investimentos.
Lendo alguns blogs originários do Pebas, o quadro comparativo é de que Marabá está mais saneado financeiramente, mais bem cuidada do que a vizinha cidade.
Alguns fatores têm contribuído: os benefícios do agronegócio, atividades produtivas na área de agricultura disparando – mudando um pouco o conceito da pecuária extensiva para intensiva.
Podemos citar ainda a influência logística segmentada em território marabaense, podendo isso ser observada com a movimentação da produção do norte do Mato Grosso escoada em parte do ano pelo rio Tocantins.
A busca pela transformação da navegabilidade perene do Tocantins, quando concretizada, certamente consolidará Marabá como eixo modal de transformação socioeconômica das mais ricas e competitivas do país
A localização geográfica mais central de Marabá é outro importante agregador de influência geopolítica regional.
Situação 4
Essas observações nos remetem a conciliar as potencialidades de Marabá como fator de boas perspectivas, e, ao mesmo tempo, preocupantes possibilidades de se estabelecer no seio da comunidade um cenário de conflitos políticos que podem levar à instabilidade institucional.
O confronto estabelecido nos primeiros meses de 2025 entre Legislativo e Executivo é o que menos se pode conceituar como algo positivo para a sociedade. Não podemos, neste momento de reencontro do protagonismo geopolítico de Marabá, torcer pelo “quanto pior, melhor” – até porque esta é uma expressão que pode ter diferentes interpretações dependendo do contexto. Em geral, o “quanto pior, melhor” sugere que uma situação ruim pode, de alguma forma, levar a um resultado positivo. No entanto, é importante notar que essa ideia nem sempre se aplica à realidade e pode ser usada para causar danos irreparáveis em todos aqueles que aqui residem.
Situação 5
Este blogueiro tem crenças e visões totalmente opostas àquelas defendidas pelo prefeito Toni Cunha, mas não cabe a mim, em defesa de um suposto direito ideológico, dinamitar pontes que podem levar à boa convivência geral, protegendo a estabilidade política do município e a localização de seus caminhos ao desenvolvimento.
Este blogueiro é daqueles democratas que defendem o direito sagrado da mudança de gestão político-administrativa ser referendada somente pelo eleitor. Só a ele é conferido o gesto sagrado de colocar e tirar alguém do poder. Em última e desesperada instância, pode-se dizer que o impeachment é um ato legal desde que o gestor esteja realmente praticando barbaridades e atos tresloucados a justificar seu impedimento.
Marabá já experimentou situações de afastamento de prefeitos em diversas ocasiões, sempre gerando instabilidade e brecando a consolidação do município como lugar seguro para investimentos e implantação de projetos a longo prazo.
Tantos afastamentos de prefeitos, ora pela Câmara, ora pelo próprio judiciário chegaram a criar uma suposta cultura de município desestabilizador, deixando traumas permanentes na sociedade.
Na eleição de 2024, votei contra o atual prefeito, mas não torço pelo seu insucesso. Marabá precisa, urgentemente, criar uma cultura permanente, segura e estabilizadora de gestões municipais capazes de potencializar as riquezas do município, melhorando significativamente o atendimento social que a comunidade tanto precisa,
Com apoio – e isto não significa adesão política -, o prefeito de Marabá, de forma responsável e visão desenvolvimentista, pode acentuar a luta para colocar o município de volta ao mapa dos principais município brasileiros geradores de renda e lugar para se viver com dignidade.
E, principalmente, protagonista geopolítico do Estado do Pará.