Hiroshi Bogéa  –   O desenvolvimento e a transformação de um país em direção a um futuro mais justo, equitativo e inclusivo não se dão em um vácuo de consenso, mas sim no tensionamento constante e na resistência ativa contra as forças que buscam estagnar o progresso: o conservadorismo e a extrema-direita.

Longe de serem meros obstáculos, essas ações de resistência e o confronto político-social são elementos essenciais para a salvaguarda da democracia e o motor de um desenvolvimento nacional verdadeiramente transformador.

 

O peso da estagnação conservadora

O conservadorismo, em suas vertentes mais rígidas, e a extrema-direita, com suas propostas frequentemente autoritárias e excludentes, representam uma força que tende a preservar estruturas de poder e privilégios estabelecidos. Eles se opõem, por princípio, a mudanças que redistribuam riqueza, poder e reconhecimento social.

O desenvolvimento, nesse contexto, é frequentemente limitado a um crescimento que, embora possa gerar riqueza, concentra seus benefícios e aprofunda as desigualdades estruturais.

O conservadorismo busca cristalizar a ordem social existente, dificultando a implementação de políticas públicas que visem a justiça social real, como reformas agrárias, tributação progressiva, e o fortalecimento de direitos de minorias e grupos historicamente marginalizados.

A extrema-direita brasileira, por sua vez, ataca os pilares da sociedade aberta e democrática, promovendo a desconfiança nas instituições, a polarização radical e, muitas vezes, a violência política e a supressão de direitos civis. Um país que sucumbe a essa agenda não avança; ele regressa a modelos de gestão excludentes e antidemocráticos.

 

A Resistência como elemento vital da democracia

A resistência não é apenas uma reação defensiva, mas uma postura proativa que define a saúde de uma democracia. O tensionamento de ações contra o retrocesso é a garantia de que o debate público não será sufocado e que os anseios por inclusão e igualdade serão colocados no centro da agenda nacional.

A oposição ferrenha a projetos que minam as liberdades individuais, que atacam a imprensa livre, o sistema eleitoral ou o poder judiciário é fundamental. É a resistência que impede o deslizamento autoritário e mantém vivo o pacto democrático.

A pressão de movimentos sociais, sindicatos e da sociedade civil organizada força o Estado a ir além da retórica e implementar políticas que abordem as raízes das desigualdades (raciais, de gênero, de classe). O desenvolvimento só é transformador quando é capaz de romper com o ciclo da pobreza e da exclusão.

 

Um país que se transforma verdadeiramente não apenas cresce economicamente, mas também redistribui e reconhece a diversidade de sua população. O embate contra o conservadorismo é o que permite a ascensão de pautas de direitos humanos, ambientais e culturais que enriquecem o tecido social e elevam a qualidade de vida para todos, não apenas para uma elite.

Em suma, a história mostra que nenhuma grande transformação social foi alcançada sem um forte e articulado contraponto às forças da inércia e do retrocesso.

Para desenvolver e transformar um país em sua essência, a resistência e o tensionamento contra o conservadorismo e a extrema-direita não são opções, mas sim a condição sine qua non para construir uma nação verdadeiramente democrática, justa e sustentável.

 

O Horizonte de 2026: Vencer ou Vencer o Atraso

As eleições presidenciais e renovação da Câmara Federal e Senado de 2026 no Brasil se desenham como um momento verdadeiramente decisivo para o futuro do nosso país. Mais do que uma simples troca de governo, o pleito será um divisor de águas que definirá se o Brasil continuará a avançar no rumo da evolução social, econômica e democrática, ou se recuará diante do ímpeto das forças conservadoras e de direita.

Não se trata apenas de siglas partidárias, mas de projetos de nação profundamente distintos.

De um lado, está a busca por maior igualdade, inclusão, justiça social, investimentos em educação, saúde pública de qualidade e o enfrentamento rigoroso das mudanças climáticas, baseados em uma visão progressista e desenvolvimentista. De outro, a pressão por políticas que ameaçam direitos e conquistas históricas, o desmonte de estruturas de proteção ambiental e social, e a disseminação de um discurso de polarização e exclusão.

É hora de ter clareza: a escolha de 2026 será sobre o tipo de Brasil que queremos legar às próximas gerações. Será um país que valoriza a ciência, a diversidade e a solidariedade, ou um que se apega ao passado e à intolerância?

O desafio é imenso. Exige mobilização, organização e uma defesa intransigente dos valores democráticos.

Cada cidadão precisa assumir a responsabilidade de ser um agente ativo neste processo.

A palavra de ordem é: vencer ou vencer o atraso!  (Hiroshi Bogéa)