A revista “Panorama” informa, no número que começou a circular ontem, que, há um ano, os telefones, e-mails e até encontros mantidos no Vaticano estão sendo grampeados por ordem do cardeal Tarcisio Bertone –secretário de Estado até 20 horas desta quinta-feira (16h em Brasília) e, a partir de então, camerlengo, o gestor interino da igreja na ausência do papa.

O grampeamento, sempre segundo “Panorama”, se iniciou em setembro de 2012, “quando começaram a circular as primeiras cartas de ameaça a Bertone e ocorreram os primeiros vazamentos de documentos reservados”.

“Panorama” informa que “foi lançada a mais maciça e capilar operação de interceptação jamais realizada até hoje no Sacro Palácio [a residência papal]”. Prossegue: “[A operação] continua até hoje, segundo alguns, porque, formalmente, a investigação sobre o Vatileaks não foi concluída”.

Trata-se, sempre de acordo com a revista, de “uma colossal vigilância de hábitos, amizades e encontros”, cujos resultados “foram entregues em mãos a pouquíssimas pessoas, e que deixam nervosos e preocupados muitos prelados e ameaçam pesar sobre o conclave”.

A revista se pergunta se o grampeamento vai continuar durante a chamada “sede vacante”, o período em que o Vaticano fica sem chefe, entre a renúncia do papa e a eleição do substituto.

Padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, disse ontem que a informação não tem o menor fundamento, mas a revista, em seu on-line, reafirmou tudo.