Reflexões do querido professor Alan Souza:

 

Imagine só: o país em crise e você tem duas empresas que registram lucro, trimestre após trimestre. E não é pouco: uma delas acumula neste ano um lucro de 3,44 bilhões e a outra de 6,4 bilhões.

Aí o que é que você faz: reinveste parte desse lucro e amplia a atuação das suas empresas, ou traça um plano de reestruturação para elas, típico de empresas deficitárias, prevendo fechamento de postos e redução do quadro de funcionários?

Pois o que está acontecendo agora com o Banco do Brasil (lucro acumulado de 6,4 bilhões no ano) e Caixa (lucro acumulado de 3,44 bilhões n o ano). Vão reduzir o quadro de funcionários, cortar superintendências e, no caso do BB, fechar mais de 400 agências.

Dá pra entender?

Se for olhar pelo lado da Administração ou da Economia, não dá pra entender não. Mas você precisa olhar pelo lado da política. Nesse caso, verifique que a redução dos bancos públicos abre espaço para o crescimento da concorrência – a iniciativa privada.

Simples assim…

O plano é muito bem traçado, você há de concordar: naquele discurso todo de reduzir custos e melhorar a gestão que vêm sendo repetido desde que Temer assumiu, cai como uma luva reduzir o tamanho dos bancos públicos para economizar. Mas o discurso cai por terra quando você vê que são duas empresas extremamente lucrativas, e que se expandissem seus serviços iriam aumentar ainda mais seus lucros, entrando no território dos bancos privados. Você nem desconfia que estão sangrando empresas públicas lucrativas pra garantir a engorda do Itaú, Bradesco, Santander, etc…

Em suma: estão reduzindo o tamanho e tolhendo a capacidade de crescimento de empresas públicas lucrativas, diminuindo a arrecadação estatal, aumentando os custos do produto financeiro para o povo (já viu o custo e a carteira de serviços dos bancos privados?) e prejudicando o país, unicamente pra garantir mais dinheiro pra iniciativa privada.

Fico por aqui. A conclusão é sua.