Observem bem os traços fisionômicos desses marmanjos, diante da polícia da Bolívia.
Olhar de crueldade, gestos de extrema frieza.
A Gaviões da Fiel deu o ar de sua graça na Bolívia, matando um garoto que foi ao campo de futebol apenas torcer pelo seu time do coração.
Esses integrantes da Gaviões da Fiel, do Corinthians – ao lado de membros da Independente, do São Paulo; Mancha Verde, do Palmeiras; Jovem Fla, do Flamengo; Força Jovem, do Vasco, Fúria Jovem, do Botafogo e Young Flu, do Fluminense – sem falar das organizadas sangrentas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Belém – são verdadeiros marginais.
A existência dessas torcidas “organizadas” se origina a partir dos porões do banditismo.
Para eles, a lei.
Para eles, cadeia por longos e longos anos.
O povo boliviano sentiu na pele o que é ir ao estádio e conviver com o que há de pior na espécie humana.
O jovem Kevin Espada, de 14 anos, é mais uma vítima desse mundo cão construído a partir dos campos de futebol.
A propósito, na busca por um entendimento pelo menos razoável da existência desses torcidas criminosas, reproduzimos texto de Jorge Luiz Souto Maior, professor da Faculdade de Direito da USP.
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O futebol, a vida e a dignidade.
A morte do jovem boliviano de 14 anos, Kevin Espada, em uma partida de futebol, após ser atingido por um sinalizador naval, que tem a capacidade de atingir 300 metros em 3 segundos, impõe-nos a produção de uma racionalidade que reconheça o total absurdo da situação, que foge de qualquer parâmetro de civilidade, e que conduza o convívio nos estádios a outro patamar. A identificação dos culpados diretos, atribuindo-lhes uma punição, com respeito aos preceitos jurídicos da ampla defesa, é essencial, mas não é o bastante, pois, há de se reconhecer, não se trata de um fato isolado ou da ação exclusiva de um ou de alguns poucos torcedores. A atitude de uma pessoa de levar a um estádio de futebol um artefato como o que gerou a tragédia está integrada ao contexto da grave distorção que se instalou nos estádios de futebol (e fora deles) no sentido de que a violência, individual ou coletiva, está justificada pelo impulso do ato de torcer.
Do ponto de vista específico, é importante consignar que ninguém pode ser condenado sem a plena possibilidade de se defender, exigindo-se a necessária apuração dos fatos, mas é impossível não deixar de destacar a enorme afronta à convivência humana que constitui a conduta de conduzir um artifício daquela natureza a um estádio de futebol.
Visualizando a questão por um ângulo mais amplo, o mais relevante é a produção de uma racionalidade que possa nos conduzir à superação do problema da violência gratuita que se pratica em nome do futebol.
Nessa busca, mesmo reconhecendo a relevância do futebol na vida econômica e na construção da identidade cultural, como se dá, ademais, com diversas outras práticas sociais, ainda que ligadas ao aspecto restrito do lazer, há que se fixar o pressuposto de que o futebol sucumbe quando contraposto a outros valores fundamentais. No caso em concreto, fica muito evidente a fragilidade da importância do futebol diante do valor vida.
Perante uma situação como a que se verificou na Bolívia, o maior problema que pode advir se situa na tentativa de se encontrarem razões que minimizem o valor vida em prol do prosseguimento normal do esporte, ou, mais ainda, da continuidade incólume dos negócios do futebol. É um grande desserviço à humanidade pautar-se pela necessidade exclusiva de dar seguimento ao show, valendo-se, para tanto, de retóricas que tendam a transformar o ocorrido em mero incidente, expressando argumentos como os de que “uma pessoa sozinha não representa a torcida corinthiana”, que “o ato do torcedor não deve ser transferido ao clube”, que “não é a primeira vez nem será a última que alguém morre em um estádio de futebol”, que “uma punição ao Corinthians só seria válida se outros clubes envolvidos em fatos análogos já tivessem sido punidos” etc…
Bem ao contrário, a postura essencial para a extração de aprendizados evolutivos sobre o fato inicia-se com o reconhecimento de que a beleza do esporte, a relevância de torcer coletivamente por um clube e o exercício legítimo da competição em palco específico valem infinitamente menos que uma vida. Em nome do futebol não se podem justificar quaisquer violências contra a condição humana.
Esse reconhecimento impõe uma racionalidade que não acomode a situação e sim que afirme a sua gravidade e que busque soluções para a superação do contexto em que a violência se insere, independentemente da punição penal que se apresente ao responsável direto pela situação. É necessário, para todos e em especial para os torcedores do Corinthians, até para que não assumam a visão negativista da expressão “bando de loucos”, rechaçar todos os argumentos que, em prol da continuidade do show e dos negócios do futebol, vislumbrem transformar o fato ocorrido em um nada ou em um fato normal.
Os loucos pelo Corinthians e pelo futebol devem ser, antes de tudo, loucos pelo respeito aos valores humanos. Assim, cumpre reconhecer que a busca do título dessa Libertadores perdeu toda significação e independentemente de punição externa o Corinthians deveria deixar a competição, além de efetivar um gesto mínimo de ofertar indenização à família de Kevin Espada.
Convenhamos, seguir em frente, participando da competição como se nada tivesse ocorrido, é completamente sem propósito. Seguir, cumprindo a punição de jogar sem torcida, só tem o sentido da satisfação dos compromissos econômicos, pois jogar sem a torcida, do ponto de vista da lógica do esporte e da sua representação social, é, por si, um desvirtuamento pleno de sentido.
Mas, em vez disso, o Corinthians recorreu da decisão punitiva, que já era, vale destacar, bastante branda, rejeitando sua responsabilidade e, por conseqüência, minimizando a relevância social e humana da tragédia. E, de repente, surge uma versão que tem a sua coerência e os seus fundamentos, mas que também é bastante eficiente não apenas dar continuidade ao negócio esportivo como também para transformar o fato em uma circunstância isolada, advinda da ação de um “menimo” inconseqüente, favorecendo a manutenção das coisas exatamente como estavam, evitando punições e acreditando no rápido esquecimento…
Aos seres humanos corinthianos resta a postura mínima de dar adeus, expressamente, à Libertadores de 2013, sendo que se, por acaso, vier a ser demonstrado que a versão apresentada para o fato foi fruto de uma grande farsa, envolvendo pessoas e instituições (assumida, por óbvio, a presunção de que seja plenamente verdadeira, mas que em nada altera as conclusões anteriores), em vez de simplesmente desistir do futebol, como preconizou, com bastante dose de razão (e paixão), o jornalista, Juca Kfouri, já que um esporte que não respeita a vida e a dignidade das pessoas perde o sentido, será preciso, antes, exigir a punição de todos os que nela estejam envolvidos, pois que constituiria, por si, mais uma gravíssima violência.
JOSENILSON SILVA
28 de fevereiro de 2013 - 12:33Acho que as pessoas jamais devem se colocar na condição de palmatória do mundo, não é uma opinião minha a questão da CONMEBOL ser mercenária e tendenciosa, se você prestasse mais atenção e lesse o regulamento ia ver que os cartões amarelos não são objetos de suspensão e sim de pecúnio, e que quase todas as punições se tornam multas, portanto, não é uma opinião minha.
Quanto “a enceneção com o “laranja” de menor é manjada”, quero lembrar que quem acusa tem que ter o ônus da prova, para afirmar com tanta convicção teria que fazer parte da farsa, mas acredito que não o fez, então certeza é a única coisa que você não tem.
Quanto ao Corinthians ter conhecimento sobre o regulamento, você está correto, o advogado do Corinthians sintetizou isso, por isso entrou com recurso contra a liminar e ponto final, por ter conhecimento do regulamento, não caberia outra ação, deveria está mais informado antes de falar besteiras.
Quem não sabe que as ditas organizadas tem nos seus quadros bandidos ? Eu não sei nada a esse respeito, afinal não estou no meio, novamente entra o famigerado rótulo, só quero lhe perguntar uma coisa: Qual organizada você pertence pra tá afirmando isso?
Sinceramente acho que as coisas não deveriam ser assim´, mas ainda estamos a mercê de certos comentários, acho que entre suas inúmeras linhas deveria conter ao menos uma que falasse sobre o garoto assassinado, afinal é uma perda que não tem volta, quantos ao julgamento de quem foi ou deixou de ser, isso é relativo, até porque a impunidade vai continuar, a bandalheira vai continuar imperando, e com certeza com conivência da CONMEBOL.
Espero sinceramente, que as pessoas se conscientizem que existem horas que a rivalidade tem que ser colocada de lado, e prevalecer o ser humano como ordem principal, o Corinthians não é assassino e muito menos financia assassinos, o que aconteceu foi uma fatalidade, não acredito que tenha sido proposital, mas que teve consequência e quem o fez tem que pagar, mas cabe a justiça determinar quem é o culpado, após isso tomaremos nossas conclusões, eu na condição de corintiano, jamais concordaria com isso, mas pré-julgamento não cabe nessa hora.
Luis Sergio Anders Cavalcante
27 de fevereiro de 2013 - 16:53Ô Josenílson às 11:44 hs. 27/02 a Conmebol tem sim suas deficiencias, porém, existe um Regulamento da Competição aos quais todos os clubes participantes tiveram/tem acesso, e uma das condicionantes prevê a punição do clube por ato dessa natureza, indireta ou diretamente. Quanto à Instituição(Conmebol) ser “tendenciosa e mercenaria” como citas, parece ser opinião sòmente sua, pois o clube(Corintians), pelo que sei, jamais externou tal opinião. A condenada(por você) rotulação dos presos em Oruro, é uma realidade, pois a Justiça boliviana já divulgou ter motivos para a manutenção da prisão dos mesmos, entre eles, um Diretor da Gaviões. A polêmica está aí. A enceneção com o “laranja” de menor é manjada. Quem não sabe que as ditas organizadas tem nos seus quadros bandidos ? Ditado antigo diz : “Me dizes com quem andas e te direi quem és”. Em 27.02.13, Marabá-PA.
JOSENILSON SILVA
27 de fevereiro de 2013 - 11:44Engraçado, ninguém fala no San José, talvez pelo fato de ser um time fraco, sem está inserido no cenário internacional, afinal o Corinthians é o atual campeão mundial.
Sem entrar no mérito da questão, os torcedores que estão presos na Bolívia não podem ser colocados como marginais, rotular pessoas é perigoso, não os conhecemos para lhe traçar um perfil de marginais,
A análise deve ser vista em todos os sentidos, vamos dá as parcelas de culpa a todos os envolvidos, os policiais bolivianos que não barraram a entrada desses artíficios que são mortais, o San José que não deu segurança aos torcedores, os torcedores do Corinthians que usaram o sinalizador (lembrando que a torcida do San José também estava usando sinalizadores, mas nenhum foi fatídico) e o menos culpado o Corinthians que foi envolvido indiretamente.
Portanto, temos que ter responsabilidade para analisar essa questão, afinal privar milhares de torcedores em razão do erro de apenas um é um ato cruel A CONMEBOL é uma intituição tendenciosa, mercenária, ela quer mostrar serviço usando um campeão mundial como bode expiatório para se elevar como instituição séria, mas continua na contramão de tudo isso permitindo que torcedores joguem objetos nos jogadores adversários, permitindo sinalizadores, permitindo que times façam emboscada para outro clube no vestiário, quase causando uma tragédia, é recomendável que a Justiça comum haja, a CONMEBOL, não tem moral para julgar ninguém.
Luis Sergio Anders Cavalcante
26 de fevereiro de 2013 - 17:23Hiro, vou repetir, a farsa montada pela Globo com Diretoria corintiana, Gaviões da Fiel, o jovem menor “laranja” e sua mãe; aos poucos vai sendo desmontada. A polícia boliviana tambem tem sua parcela de culpa por não ter fiscalizado e impedido a entrada dos torcedores no estadio com os sinalizadores. Estão querendo fazer o torcedor menor que confessou o uso do artefato, parecer um coitado, humilde, família pobre, trabalhador. Como é que uma pessoa nessas condições citadas, teria, no mínimo, RS 1.200,00 para gastar na compra dos artefatos(6) e a viagem de ida/volta ? Outra coisa, um profissional de Direito Internacional, afirmou, que para tal viagem, além da autorização por escrito(documento declaratorio), da pessoa(mãe/pai) responsavel pelo menor, repassando a guarda do filho, é necessario tambem “Alvará Judicial”. O advogado defensor deixou transparecer que estava nítidamente “acusando” o menor e torcendo que a opinião pública tambem assim pense.. Muito esquisito isso. Nessa linha de pensamento e considerando a admissão de culpa do menor, pergunta-se : Ele(menor) irá viajar e se entregar à policia boliviana ? Claro que não. O objetivo da trama é “livrar a cara de um ou dos doze presos em Oruro, que é um dos diretores da Gaviões”. Vantagens devem ter sido oferecidas à família para participarem dessa fraca e manjada encenação. Se ele não sabia “operar” o artefato(sinalizador) porquê mexeria ? O sinalizador é um dos equipamentos usados em barcos. E a afirmativa de que teria adquirido de camelô, por sí só, carece de veracidade. Mas, as autoridades bolivianas saberão lidar com o “artifício” e , acho, manterão a prisão e condenação dos presos por lá. Em 26.02.13, Mrabá-PA.