Abrindo um longo esclarecimento com narrativas  a respeito da origem do Disque Denúncia, criado em 2008,  Edson Calil de Almeida, diretor nacional do serviço, conta em mensagem enviada ao blog que relembra que Marabá é catalogada como um dos municípios mais violentos do Brasil, e apresenta dados estatísticos:

 

“Foram 120,5 mortos por arma de fogo por 100 mil habitantes em Marabá no ano de 2011 segundo o IML além destes convive com problemas de tráfico de drogas crimes encomendados, de pistolagem etc.. A Organização Mundial da Saúde considera estado de guerra civil algo em torno de 50 mortos por grupo de 100 mil hb.”

 

E então esclarece que ‘o Disque Denúncia é uma tentativa de reação a esta realidade de agravamento social e inquietação civil. Uma tentativa solidária onde a sociedade que fica entre vários medos pode participar com a garantia do anonimato e sigilosamente”.

 

Acrescentando:

 

“Já foram mais de 8760 horas ouvindo os subterrâneos da cidade, 4.000 denúncias e mais de 500 resultados positivos. Temos um projeto na cidade de Marabá que está em 138 países do mundo. Que foi nascido no Novo México, gestado em Toronto, modelado em Quebec e ganhando pouco a pouco adesões por conta da inexistência de um policial em cada esquina.

Não há um policial para cada delito mas há sempre um cidadão que pode ajudar. É assim que o novo mundo se comporta. horizontalmente e em rede.

Podemos hoje desenhar uma nova Marabá com definições precisas de suas principais manchas de incidência criminal. O acervo de informações cresce a cada dia. Cada denúncia traz em média 4 novas informações. O povo anônimo comprou a idéia e faz dela a sua arma basta um olhar para os números.”

 

Então pede para que este blogueiro “use sua habilidade a favor de todos”.

E o blogueiro nem precisa dizê-lo que já vem fazendo isso há mais de seis anos, desde quando passou a assinar este espaço na blogosfera, sempre se expondo a favor dessa nossa sociedade explorada e cada vez mais vilipendiada por aventureiros de plantão.

 

Calil se preocupou com a expressão “continha  que não bate”, tentando desdizê-la:

 

“Estamos absolutamente prontos a abrir em detalhes nossas CONTAS como qualquer empresa séria o faz”, garante.

 

Em  parágrafos seguintes, rebate:

 

“As contas que faço, do quociente cada vez menor como resultado de grandes divisores é a conta mais simples que tento fazer para que fique mais fácil o entendimento do democraticamente desejável, do economicamente possível e do socialmente necessário. Pois se com apenas quatro patrocinadores construímos o que a sociedade marabaense percebeu como um aliado no combate ao crime imagine se entrarem todos os que cabem na nossa esperança?”

“O custo inicial do projeto de 110 mil 480 reais foi o calculado como necessário para uma população de 200 mil habitantes. Neste valor são considerados o pagamento de funcionários para 4 turnos obedecendo a C.L.T, pagamento de recompensas a denunciantes, prêmios a policiais, campanhas etc. Foi exatamente com este valor e por isto o mencionamos durante todo o tempo que operamos durante o ano de 2012 sempre sob auditoria, é este valor que desejamos recuperar para continuar sendo o que fomos durante o ano. Não há nenhum número novo.”

 

Em outro parágrafo, Calil fala da redução de receita:

 

“Por ter havido redução de receitas de nossos patrocinadores por conta das alternadas crises mundiais, sofremos importantes baixas culminando com a demissão de vários funcionários para adequar o projeto ao tamanho do seu orçamento possível. Esta redução foi de 40 mil reais mensais.”

 

Quando se refere aos empresários de Marabá, presentes a reunião do 4º BPM, diz o moço da ONG:

 

“Por certo reconheço o atendimento dos empresários presentes ao apelo do prefeito mas não reconheço a afirmação de que seria impróprio depositar nas costas da sociedade marabaense a falta de complemento do que necessitamos”.

 

Sobre a sugestão dada pelo blog para que o serviço procurasse obter apoio do governo do Estado, o que diz Calil:

 

“Procurei o Estado do Pará e o Secretário de Segurança Pública tornou-se um companheiro a afirma as dificuldades do Estado. Procurei a AMAT e a ACIM. Fiz reunião com jovens empresários, estamos, nós do INSTITUTO BRASILEIRO DE COMBATE AO CRIME há muito tempo num processo permanente de tentativas para a construção deste projeto. É este o nosso trabalho”.

 

E já no final de sua extensa mensagem, diz:

 

“Se entretanto, nossos esforços chegarem a exaustão, não obtivermos o que tentamos, partiremos como chegamos faz alguns anos. Discreta e serenamente aceitaremos que não fomos aceitos.

Sr. Hiroshi Bogéa, acho que não tive ainda o prazer de conhece-lo, mas não faltará a oportunidade para que frente à frente conversemos à exaustão, discutiremos nossas diferenças e aproximaremos nossas semelhanças , e nesta ocasião que espero para muito breve pessoalmente reconhecerei minhas falhas e por elas pedirei perdão.”

 

 

Amanhã, o blog mostrará porque estão faltando alguns detalhes para bater a continha,  salgada, mas continua, além de complementar algumas respostas ao moço da ONG.