Ainda chovem criticas ao cantor Chico César, secretário de Cultura da Paraíba, porque ele proibiu a contratação, pelo Estado, das bandas de “forró de plástico” – conforme definiu -, e duplas sertanejas, para animarem o São João paraibano.

Setores acostumados a mamar anualmente, nesse período junino,  nas tetas avantajadas do chamado erário público, enriquecendo-se, e, ao mesmo tempo, a empresários de bandas conhecidas nacionalmente e inseridas no mercado, caíram de pau, chamando Chico de antidemocrático, ditador -, e falso estimulador das artes e culturas paraibanas.

Chico está coberto de razão.

Secretaria de Cultura tem missão de resgatar a cultura popular; não é nenhuma ‘Secretaria de Lazer’.

Quem já faz parte do mercado, como bem explicitou o compositor nordestino, que busque o próprio mercado para amealhar patrocínios privados.

Grupos de forró estilizado tem uma vida comercial intensa e não precisam do Estado.

Continuarão a existir e a fazer seus shows, independente da medida moralizadora da Secretaria Estadual de Cultura.

A maioria dos agentes inseridos na polêmica chegou a propagar a decisão de Chico César como postura de alguém preconceituosa com determinado tipo de música, ao mesmo tempo em que ele, como secretário de Estado, estaria querendo impor a todos “o que se gosta e se acredita como verdade única para falar e ouvir”.

Simone Duarte, jornalista do jornal Paraíba Agora, chegou a escrever artigo saracoteando o seguinte:

– “Como secretário de Cultura do Estado, Chico César deveria entender como os valores da cultura se internalizam no povo e como eles conduzem suas emoções entre si. A avaliação do outro, é um grande desafio, desafio esse notadamente esquecido pelo titular da Pasta”.

A moçoila raivosa, propositalmente fora do contexto, insinua que Chico César propôs vetar estilos musicais.

Fez a crítica dela contundente sem se preocupar em analisar a função de uma secretaria de Cultura, que é especificamente estimular a cultura local e de raiz.

Ademais, como Chico César disse na Globo News, a Paraíba não tem recursos nem para pavimentar as estradas acabadas do interior, quanto mais pagar altos cachês a forrozeiros de isopor.

O papel do Estado é promover a democratização das manifestações culturais, é dar uma opção de música diferente daquilo que grande parte das emissoras de rádio executa.

Estado pobre como a Paraába tem que fazer escolhas.

E uma das escolhas definidas por Chico César é de não financiar festejos juninos.

Em verdade, o que se construiu em torno da declaração do cantor de Catolé da Rocha foi uma falsa polêmica.

Quiseram demonizá-lo com intuito de forçar o seu afastamento do cargo.