No finalzinho da tarde de segunda-feira, 11, amigo telefona para o poster informando que a cidade está em polvorosa com boatos de que o viaduto que liga os três Núcleos populacionais, na  Rodovia Transamazônica, próximo a ponte sobre o Itacaiúnas, teria sofrido recalque (afundamento de um de seus pilares), correndo o risco de desabar tão logo comece a receber força do trânsito em seu leito.

Agora pela manhã, o blog foi checar o barato.

Alarme não passa mesmo de boato.

O viaduto está em condições estruturais perfeitas.

A olho nu, observa-se ligeiro desnível da parte direita do empreendimento devido a um recurso de engenharia denominado de  superelevação, caracterizado pelo desnivelamento da obra em relação ao eixo central da rodovia. Esse procedimento é elaborado em projeto para evitar o tombamento de veículos, naquele trecho da Transamazônica, formado em curva tanto no sentido Cidade Nova como voltando.

A superelevação é medida pela inclinação transversal da pista em relação ao plano horizontal, sendo que no viaduto 1 (a duplicação da Rodovia Transamazônica contará com três viaduto) a medida expressa 6% de declínio.

Dilson Gouveia, engenheiro do Dnit responsável pela fiscalização da obra, esclarece que, ao se definir a velocidade diretriz para o projeto geométrico de uma rodovia, “procura-se estabelecer, ao longo do traçado em projeto, condições tais que permitam aos usuários o desenvolvimento e a manutenção de velocidades de percurso próximas a esta velocidade de referência, em condições de conforto e segurança”.

No projeto em planta, o eixo de uma rodovia é constituído por trechos em tangente e em curva, que apresentam condições de operação naturalmente diferentes.

Quando percorre um trecho em tangente, esclarece Gouveia,  um usuário experimenta uma certa sensação de liberdade (ou facilidade) para efetuar pequenas manobras de ajuste lateral no seu curso, não estando sujeito, em princípio, a esforços laterais devidos à geometria da rodovia.

Entretanto, num trecho em curva, como no caso do perímetro onde foi construído o viaduto 1,  na Rodovia Transamazônica, as condições operacionais se alteram, “devido principalmente ao surgimento de esforços laterais, que passam a atuar sobre o veículo, e devido à sensação de maior confinamento que um trecho em curva impõe ao usuário que a percorre”. Estes fatores podem afetar, em seu conjunto, a disposição do usuário em manter a mesma velocidade de operação nos trechos em tangente e nos trechos em curva. Dependendo da velocidade na qual está sendo conduzido, o veículo pode tombar.

Visando minimizar o impacto negativo desses fatores inerentes aos trechos curvos, são introduzidos os conceitos de superelevação  e de superlargura que, devidamente considerados nos projetos das curvas horizontais, ensejam condições de operação mais homogêneas para os usuários ao longo das rodovias.

Portanto,  alarmistas de plantão, não existe nenhum recalque no viaduto da Transamazônica.