Quem conversa com alguns membros do PT Pra Valer, corrente do Partido dos Trabalhadores controlada à mão de ferro pelo ex-presidente da legenda no município, Luiz Carlos Pies, tem a profunda sensação de que algo de novo ocorre dentro da tendência.
Esse “algo de novo” é o crescimento de significativa rebeldia de militantes desgostosos com as decisões da direção, impostas de cima pra baixo.
O sinal da grave crise instalou-se no coração da corrente quando a vereadora Toinha Carvalho, da mesma tendência, anunciou a colegas militantes sua decisão de deixar o grupo nos próximos dias, insatisfeita com a forma como Luiz Carlos conduz as questões do PT em Marabá.
– O Luiz Carlos se transformou num verdadeiro ditador stalinista, que não aceita o debate transparente de questões sérias e persegue quem se coloca no caminho dele, revela um dos consultados pelo pôster, na manhã de sábado.
Oito membros do PT Pra Valer concordaram em fornecer informações a respeito do racha desde que mantidas em sigilo suas identidades. “Nós temos resoluções internas que proíbem manifestação pública de problemas da tendência”, explicam.
Em outras palavras, expressada publicamente as broncas internas, o filiado corre o risco de expulsão.
Os desentendimentos internos se tornaram públicos na noite de sexta-feira, quando visitante postou comentário, exatamente às 22h39, dando dicas dos problemas petistas.
Por todo o dia de sábado, o blog tentou localizar a vereadora Toinha Carvalho, cujo celular encontrava-se fora da área. Somente à noite, ele foi localizada, limitando-se responder duas perguntas:
1-Desligou-se do PT Pra Valer?
– Não, ainda não oficializei, mas a decisão já está tomada. Estou de saída.
2-Motivos?
– São vários, mas enquanto eu não conversar com meus companheiros e explicitar tudo em reunião que terei com a direção da tendência, não falarei de público.
3- Algo a ver com a propalada aliança do PT pra Valer com a administração Maurino Magalhães?
– Também, também. Em verdade, é um conjunto de fatores.
Toinha não deixou de registrar sua tristeza com a decisão:
– Olha, são vários anos de luta, eu posso me considerar uma petista Pra Valer histórica. Não é fácil tomar uma decisão desta, mas prefiro manter minhas convicções intactas ao invés de vê-las se perdendo ao léu, por questões pessoais desse ou daquele dirigente.
À tarde, numa lanchonete do Terminal Rodoviário, encontro com três membros do PT Pra Valer.
Depoimento de um deles:
– A Toinha não tem cara para sair por ai pedindo voto pro Maurino. Ela sempre se manteve opositora ao governo dele dentro da Câmara Municipal.
A disposição de Luiz Carlos Pies aprofundar conversas com o prefeito para apoiar sua reeleição mexeu muito com os brios de Toinha.
– Não só dela. Os nossos também. O que o Luiz Carlos está fazendo é uma traição, disse outro interlocutor.
– Nãos seria traição se ele levasse essa questão à plenária do PT Pra Valer, proposta que ele nem cogita discutir, acrescentou outro.
Enquanto conversávamos, um dos entrevistados fez cinco ligações telefônicas a outros companheiros do PT Pra Valer. De todos, pelo celular, o pôster ouviu o mesmo ponto de vista.
Vem de longe, o acirramento de ânimos entre Toinha e Luiz Carlos.
– Na eleição de 2004, muito antes das convenções partidárias, ele articulou máximo que pode para tentar encaixar o nome dele como vice na chapa do Tião Miranda (PTB). Foi a primeira vez que vimos alguém brigando, bem muito antes do prazo de definição das convenções partidárias, para ser vice. Pior: vice de um candidato refratário a toda proposta da esquerda.
Quatro anos depois, a corda voltaria a ser puxada. De novo, à mão de Luiz Carlos.
– A Toinha foi uma das pessoas que liderou movimento interno contra as investidas do Luiz Carlos pela própria candidatura dele a prefeito de Marabá. Nós entendíamos que o melhor nome era o da Bernadete, como terminou prevalecendo.
Como consequencia desse movimento anti-Luiz Carlos, reporta a militância consultada de que a então candidata Toinha Carvalho “comeu o pão que o diabo amassou”, enfrentando dificuldades para veicular sua participação nos programas de TV, além de outras manobras coordenadas por Pies, favoráveis a outras candidaturas da tendencia.
-Ele fez de tudo para prejudicar a eleição da Toinha, mas ela se elegeu com 1.446 votos.
Ao longo dos últimos meses, o relacionamento de parte da militância do PT Pra valer com a direção da tendência tem sido cada vez mais desgastada.
O estilo “passar por cima” de Luiz Carlos se acentuou no Incra, onde o marido da deputada Bernadete Caten exerce forte influencia, inclusive de caráter administrativo.
– “Alguns companheiros que ousaram peitar o Luiz sofreram a perda de emprego no instituto, determinado por ele”, garantem.
Anônimo
9 de abril de 2011 - 06:36No debate, 2 coisas importantes: Um bom momento para reflexão e fazer com que a vereadora Toinha veja com outros olhos o que está por trás de todo esse barulho, “supostamente interno”, e, a imensa necessidade de fortalecer a organização partidária, bem como definir a tática e estratégia para os próximos anos.
Anônimo
8 de abril de 2011 - 03:02Hiroshi.
Até quando vamos ser obrigados a acessar textos tão ruins e agressivos como o do anônimo das 18:57 de 05 de abril? O cidadão nem petista, ou melhor, nem simpatizante é, e se acha o tal para dizer quem é o que! Ora só!!
Toda reunião tem sua própria temperatura, talvez essa a que se referem pode até ter ocorrido debate acirrado, mas tudo sem extrapolar os limites da democracia interna, que por sinal único partido a possuir, e plenamente utilizada pela militância.
O que acredito que está ocorrendo é que poucos estõo falando muito, e o que não consegue provar. Na verdade, alguns que não querem o bem do PT, e, muito menos a aproximação com o governo do Maurino, estão jogando todas as cartas para inviabilizar todas as possibilidades disso ocorrer.
Taí a tentativa desesperada de desmoralizar a todo custo a Bernadete, o Luiz Carlos, Bessan, e de quebra, a Toinha que não atenta, toma assento no barco da marolinha temporária.
Anônimo
5 de abril de 2011 - 18:57Deu pau a reuniao do PT. O sr LC quis apresentar, sabiamente, no dito encontro, o Modo Petista de Governar, no caso o INCRA, foi vaiado do inicio ao fim, acusado de stalinista, ditador, entre outros adjetivos. Foi acusado de perseguir nomeados do Incra por discordar da sua suicida estrategia de coligar com Maurino Magalhães, alias, vincula nos bastidores, que o Pranada Bressan da Silva, ja tinha sido indicado para assumir a secretaria de agricultura. Foi chamado de mentiroso pela vereadora e antiga aliada Toinha e outros filiados. Ao que parece o tiro saiu pela culatra. O seu LC pensou que ia arrazar na reunião e saiu desmoralizado. Pede pra sair seu hipocrita. Em meios aos animos exaltados o presidente da legenda, o sr. Zero a Esquerda Bressa da Silva, que alias, ameaçou expulsar os filiados que tivessem blogando ou vazando informação a imprensa, nao sou filiado, mas pelo que sei, o partido defende, incondicionalmente a liberdade de imprensa e opnião, e quem nao que ve suas lambanças exposta, que nao produza merda, sr presidente, teve que interromper o encontro sem data para outro.
Anônimo
5 de abril de 2011 - 18:00Fontes internas do PTPV disseram que a cumula recuou da ideia de fazer aliança com o ainda prefeito de Marabá, Maurino Magalhaes, depois, logico, de perceberem que sofreriam uma derrota flagrorosa. Mas é bom ficar alerta, pois essa turma aprederam a operar na surdinha, na calada da noite. Estamos de olho. Hoje esta acontecendo o encontro do PT na cabanagem e devera ser apresentado para o presidente do partido, Passivo e Submisso BRESSAN da Silva, a formatação de um bloco interno no PT e a constituição de um GT eleitoral para cuidar dessa temática, interna no partido e com outros partidos.
Rodrigo Flores
5 de abril de 2011 - 15:44Toinha é liderança emergente, mas precia se libertar de um ranço sectário que ainda a acompanha.
Anônimo
5 de abril de 2011 - 11:45Ate que enfim né vereadora? Até parece mulher de malandro, gosta de apanhar. O grande desafio da vereadora é de provar para a militancia do PT e os partidos aliados que essa decisao nao é apenas uma valorizaçao de passe, como fez em outras oportunidades, mas depois recuou, se conformando com migalhas que o sr kadaf e sua indignissima esposa dava pra ela e seus apniguados. Levada adiante essa decisão reconfigurará o cenario interno do PT em Marabá colocando a vereadora como uma liderança politica tanto de Marabá como da região. Força vereadora, mostra que a senhora tem fibra.
Anônimo
5 de abril de 2011 - 03:58Sou do Pt e estou inojado com o que Familia ten caten vem fazendo com o PT de Marabá. O PT nao pode se dá o luxo de sair como vice de alguem como o Luiz Carlos sempre tentou fazer. temos que criar novos quadros e um e lançar a vereadora toninha como candidata a prefeita de Marabá
George Hamilton Maranhão Alves
4 de abril de 2011 - 18:39A pergunta atual é: o PT será vice de Maurino ou Maurino será o vice do PT na possível futura chapa? Política é bom por causa desses “mistérios”!
Rodigo Flores
4 de abril de 2011 - 18:18Alguém sabe dizer se o Maurício, irmão da Toinha, já foi exonerado do Incra?
Dario
4 de abril de 2011 - 10:55Força Toinha. Não sou e nunca serei petista, mas tenho que te parabenizar e concordar pela sua decisão. Ouvir dizer que o luiz estava com um grave problema de visão, e parece que é verdade.
Marabá ta chéia de políticos validos, que como o manda chuva petista está disposta até vender sua Alma para o 5m, pra chegar ao poder. Sem falar que será quase uma “Missão Impossível” reconduzir o atual gestor para o seu posto.
Reforço com todas as letras não sou petista.