O texto abaixo foi extraído do perfil do médico marabaense Rodolfo Amoury, no Facebook, a respeito do imbróglio que envolve médicos brasileiros X médicos estrangeiros.
Como o blog tem publicado, nos últimos dois meses, textos pinçados de outros sítios, daqueles que defendem a classe médica (Aqui, Aqui e Aqui) e dos que denunciam corporativismo e, até, racismo, de alguns profissionais da medicina, o texto de Rodolfo Amoury é bastante oportuno.
Vamos a ele:
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Um amigo Jornalista, referindo ao momento dos médicos no Brasil, fez-me a seguinte colação: – Vocês perderam a batalha da comunicação com a sociedade.
Fiquei com aquilo na cabeça e fui raciocinar sobre “vencer” e “perder”.
Acabei lembrando um texto de Mauro Justino…
“VENCEDORES E DERROTADOS
Quando um VENCEDOR comete um erro, diz: “Enganei-me“, e aprende a lição.
Quando um DERROTADO comete um erro, diz: “A culpa não foi minha“, e responsabiliza terceiros.
Um VENCEDOR sabe que a adversidade é o melhor dos mestres.
Um DERROTADO sente-se vítima perante uma adversidade.
Um VENCEDOR sabe que o resultado das coisas depende de si.
Um DERROTADO acha-se perseguido pelo azar.
Um VENCEDOR trabalha muito e arranja sempre tempo para si próprio.
Um DERROTADO está sempre “muito ocupado” e não tem tempo sequer para os seus.
Um VENCEDOR enfrenta os desafios um a um.
Um DERROTADO contorna os desafios e nem se atreve a enfrentá-los.
Um VENCEDOR compromete-se, dá a sua palavra e cumpre.
Um DERROTADO faz promessas, não “mete os pés a caminho” e quando falha só se sabe justificar.
Um VENCEDOR diz: “Sou bom, mas vou ser melhor ainda”.
Um DERROTADO diz: “Não sou tão mau assim; há muitos piores que eu”.
Um VENCEDOR ouve, compreende e responde.
Um DERROTADO não espera que chegue a sua vez de falar.
Um VENCEDOR respeita os que sabem mais e procura aprender algo com eles.
Um DERROTADO resiste a todos os que sabem mais e apenas se fixa nos seus defeitos.
Um VENCEDOR sente-se responsável por algo mais que o seu trabalho.
Um DERROTADO não se compromete nunca e diz sempre: “Faço o meu trabalho e é quanto basta”.
Um VENCEDOR diz: “Deve haver uma melhor forma de o fazer. . .”
Um DERROTADO diz: “Sempre fizemos assim. Não há outra maneira.”
Um VENCEDOR é PARTE DA SOLUÇÃO.
Um DERROTADO é PARTE DO PROBLEMA.
Um VENCEDOR consegue “ver a parede na sua totalidade”.
Um DERROTADO fixa-se “no azulejo que lhe cabe colocar”.”
Depois de raciocinar, percebo que muitos estão se preocupando com o “azulejo” (número de médicos) e esquecendo-se da “parede” (qualidade dos profissionais, estrutura para atendimento, medicamentos, leitos e etc.).
Não sou contra a vinda de médicos ao nosso País, pois já existe a possibilidade de qualquer profissional estrangeiro exercer a Medicina no Brasil quando avaliado pelo REVALIDA, programa de avaliação da capacidade médica instituído pelo Ministério da Saúde e Ministério da Educação, ou seja, o próprio Governo Federal e não pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Bradam a todos os cantos, a existência de cidades pagando 40 mil reais para médicos e ninguém vai. Por que os estrangeiros não fazem o REVALIDA, passam e vão assumir esses lugares? Com certeza, ganharão mais do que receberão pelo programa “Mais Médicos”.
Isso demonstra que o problema não é dinheiro, mas condições dignas de trabalho ao profissional para dar atendimento de qualidade ao paciente, seja ele quem for. Não é porque vamos atender no interior que devemos atender “nas coxas”, no improviso e colocando em risco a vida do paciente. Queria ver se os políticos se sujeitariam a serem atendidos nessas condições.
Os médicos brasileiros não são contra a vinda de médicos estrangeiros, mas que esses passem pelo processo natural de avaliação. Se fossemos desfavoráveis, faríamos movimentos contra o REVALIDA.
Somos taxados de mercenários, burgueses e elites, por não querermos atender nos rincões do Brasil. Mas receber 40 mil reais por mês para fazer a Medicina do “ao ao” e do despacho, despachando os pacientes em ambulâncias e direcionando “ao” hospital regional e “ao” hospital municipal de outra cidade é bem atrativo. Estaríamos enganando a população e, ao final de 3 anos, com quase 1,5 milhão de reais no bolso sem esforço algum.
Isso não é ser mercenário, é ser honesto com a população, é se recusar a praticar uma Medicina de péssima qualidade ao povo que mais precisa de atendimento. Se o problema fosse dinheiro essas cidades estariam cheias e com fila de médicos.
Os hospitais da Rede Sarah Kubitschek e o Hospital do Câncer de Barretos são de atendimentos de SUS e os médicos não ganham rios de dinheiro, mas tem uma estrutura invejável e que, verdadeiramente, salvam vidas. Lá não faltam médicos.
Na minha cidade, temos uma equipe de Cirurgia Geral que ganhava, há 5 anos, metade do que no final do ano passado e operava, naquela época 8 vezes mais que o final do mandato do último prefeito. Ficamos mais de um ano e meio sem cirurgia eletiva por culpa da gestão e, detalhe, a equipe de cirurgiões aumentou.
Sendo assim, vem a pergunta: O problema é mais médicos ou melhores condições de trabalho?
Primeiro dê todas as condições básicas para um trabalho digno e depois cobre. Se, mesmo assim, algum profissional não fizer o serviço que seja punido.
Daí, lembrando o amigo Jornalista, pensei: não somos derrotados na batalha da comunicação com a sociedade, mas vitimas como todo o povo.
Nós não temos a mídia ao nosso lado e nem um discurso coerente, de quem se utiliza dos holofotes, que exemplifique que a saúde é feita de planejamentos e não de rompantes.
Temos de torcer para dar certo. Pois, com certeza, os maiores prejudicados não serão os médicos e sim os mais necessitados.
MANDIMOLE
1 de setembro de 2013 - 23:25Caro sr. Bogéa.observa-se que existe um grupo de pessoas,que querem atribuir à toda a classe médica brasileira (não sei com qual intenção… ou sei ..?) o comportamento repugnante dos que batem o ponto e não trabalham,ou cometem quaisquer outras indecencias,no exercício da profissão médica. Claro que são uma minoria e merecem a devida punição. Quanto aos medicos estrangeiros (Cubanos) o problema é que pouco vão poder fazer se junto com eles não vier uma reestruturação no sistema,no sentido de dotá-lo de permanente abastecimento dos itens necessários para que o profissional desempenhe sua atividade com total tranquilidade (farmácia abastecida/leitos hospitalares suficientes e dignos/setor de Nutrição funcionando plenamente/instrumental cirúrgico necessário/laboratório de análises eficiente/pelo menos RX e Ultra Som de qualidade adequada,e outros. Sem isso… nada vai mudar. No aspecto político, todo mundo que tem bom senso e experiencia com a política brasileira,sente que tem um cheiro estranho nessa contratação em MASSA, de médicos cubanos, com o pagamento que vai prá Cuba,médico recebe só 50%, muito estranho tudo isso.
claudio
1 de setembro de 2013 - 19:50Hiroshi
Tem algumas questões que gostaria que vc me ajudasse a entender.
1- Quanto a oportunidade de emprego a 40 mil, acho que só não vão porque não tem chance, olha o caso dos médicos que apareceram na mídia nacional só batendo o ponto.
2- A proposta dos médicos cubanos não é fazerem procedimentos de média e alta complexidade e sim prestar serviço nos postos de saúde para desafogar os hospitais. Logo sobra mais recursos para investimento na rede pública..
3- Quanto ao REVALIDA, pela proposta é necessário a apresentação do currículo do profissional onde indicará a sua especialização e sua experiência profissional.
4- Seria oportuno vc expor este assunto aos seus seguidores para eles não serem contaminados somente por um lado.
Fico no aguardo.
Abs
Plinio Pinheiro Neto
31 de agosto de 2013 - 22:44Caro Hiroshi Bogea
Os irmãos Amoury formaram-se em Medicina, com muito sacrifício e quem conhece as figuras maravilhosas que são os seus pais, sabe muito bem da luta em que se empenharam para vê-los vitoriosos e capacitados profissionalmente, como poucos o são. Foram para longe, enfrentaram grandes lutas por certo e retornaram para sua terra natal e aqui procuram, em meio a dificuldades, carências e injustiças (lembrem-se do que aconteceu com o Nagilson) continuam firmes no propósito de serem médicos do interior. Porém, tudo o que o Dr. Rodolfo diz é verdadeiro, pois o Govêrno que fomenta a vergonhosa política de cotas raciais para mascarar a falência do ensino público é o mesmo que procura lançar sobre as costas dos médicos as mazelas que a ele devem ser creditadas, pela desestruturação absoluta da saúde pública brasileira. O tempo mostrará a realidade e haverá de desmascarar a pantomima que se arma contra os dignos profissionais da saúde brasileira.