Até hoje,  o post é um dos Trending Topics (TTs)  do blog.

Ou seja, entrou na lista dos temas mais debatidos pelos leitores na caixa de comentários, recebendo, em abril de 2011, 45 comentários apoiando a decisão do Juiz de Direito de Marabá, César Lins,  que oficiou a todas  as direções de  Polícias de Marabá, inclusive ao comando  do Exército,  o dever de cada instituição conscientizar seus agentes da obrigatoriedade de pagarem  seus acessos às casas noturnas locais.

O caso gerou revolta dentro de alguns órgãos de segurança pública, inconformados com a medida moralizadora do corajoso juiz marabaense destinada a acabar com as famosas “carteiradas”, além de ter a preocupação de preservar a imagem do policial, “e para que a figura da autoridade não seja vilipendiada com esta atitude de se valer de seu cargo e “poder” para amedrontar cidadãos, empresários e demais frequentadores da vida noturna de Marabá” – dizia,  no ofício,  enviado aos  comandantes das instituições.

Passado mais de ano, eis que um fato ocorrido na última terça-feira, 22, num dos bares mais frequentados de Marabá,  justifica, bem que tardia,  ações moralizadoras de combate ao hábito de policiais usarem a identificação de seus cargos para  impor medo e insegurança no seio da comunidade.

Mais precisamente no Bar Cantão, localizado   numa das esquinas da praça São Francisco,  coração do Núcleo Cidade Nova, onde jovens e familiares se reúnem para o entretenimento,  dois delegados de Polícia Civil provocaram terror entre os frequentadores ao dispararem tiros de suas armas numa confusão armada por ambos, depois de um deles  ter desrespeitado uma senhora que se encontrava acompanhada do marido.

O cidadão, ao ser comunicado pela companheira de que  um dos delegados – há testemunhas apontando para o policial  Renan da Silva  Souza, Superintendente Regional da PC, em Tucuruí -,  estava incomodando-a com seguidos assédio, dirigiu-se ao delegado para cobrar-lhe respeito.

Visivelmente embriagados, os dois policiais não gostaram de ter sido repreendidos pelo frequentador, armando-se a confusão, inclusive  com briga generalizada.

O mesmo delegado Renan, apontam testemunhas, teria sacado de sua arma desferindo disparos para o alto, em meio à correria e quebra-quebra.

Dada a gravidade do incidente, o corregedor Domingos Sávio Albuquerque Rodrigues, desembarcou no meio de semana em Marabá para apurar o fato.

Conversando à noite de quinta-feira, 24, com frequentadores do Bar Cantão, o post tomou conhecimento de que o ambiente, sempre sadio e muito frequentado pela população, impregna-se de constrangimento e preocupação quando alguns policiais chegam ao local, quase sempre desfilando boçalidade e abuso de poder.

A situação é a mesma em outros pontos de diversão de Marabá, quando agentes policiais desembarcam de seus veículos exibindo armas e “carteiradas”, invariavelmente acompanhados de mulheres e outros agregados, exigindo passe-livre nas  portarias das casas noturnas.

Quando  César Lins fez esforços para acabar com essa lamentável situação, houve casos de comandantes de órgãos públicos criticarem o ato do Juiz de Direito, taxando-o com adjetivos malcriados e ignorando o ofício daquela autoridade do judiciário.

O tempo, senhor da razão, demonstra o quanto César Lins estava correto em sua decisão

Policiais acusados da prática de violência e abuso de autoridade no Bar Cantão,  são os delegados Herbert Renan e Ricardo (não foi possível checar nome completo deste).

O primeiro, vejam só!, é Superintendente Regional de PC no município de Tucuruí.

 

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Atualização às 14:41

Comentário do jornalista Agenor Garcia, trazido à boca do palco:

 

 

Caro Hiroshi,

Dentre os abusos cometidos pelos X-9, pm’s, pc’s, pf’s e outras “otoridades”, a mais curiosa, para não dizer a mais abusada, é a tentativa destes funcionários públicos, (menos os X-9, que não passam de alcaguetes), de meter a carteirada para entrar de graça em shows, cinemas, estádios, rodeios, autódromos, teatros e circos. Demonstra a falta de doutrina, a falta de ética, a falta de comando quando sabemos que não pode, é ilegal, é abusivo.
Um agente federal quis dar uma carteirada numa edição do Maraluar. Não estava de serviço, não estava investigando ninguém, enfim, queria apenas entrar na festa sem pagar. Foi barrado. Aloprou com o porteiro, agrediu e, no outro dia, respondeu pelos seus atos perante o superintendente.
Parabéns, a Cesar Lins.
Agenor Garcia
jornalista