Durante audiência de Instrução e Julgamento da ação civil por ato de improbidade administrativa que o Ministério Público move contra a vereadoira Elka Queiroz (PTB), o poster ratificiou todas as denúncias formuladas contra a vereadora, intimado a depor como testemunha do MP.

Além de ouvir o blogger, a  juiza Maria Aldecy de Souza Pissolati, da 3a. Vara Cível,   lavrou  depoimentos da vereadora Júlia Rosa (PDT), presidente da Câmara Municipal por ocasião da ocorrência dos atos amorais da parlamentar petebista;  e de Elias Mendes de Araújo,  servidor  do gabinete da   própria Elka.

No desespero para tentar demonstrar que as denúncias  formuladas por este blog eram falsas, Elka Queiroz se fartou em falsificar situações, usando pessoas e documentos fajutos, que viriam a ser descobertos pelo Ministério Público.

O mais constrangedor e desumano foi a vereadora escalar o servidor Elias de Araújo, conforme ficou esclarecido na audiência pelo próprio depoente, para assinar declaração na qual ele sustentava ser o motorista do carro usado em viagens diversas,  sem a devida autorização da mesa diretora.

Não apenas uma declaração.

Foram exatos quatro documentos assinados pelo pobre servidor: uma declaração sustentando ser o motorista do veículo, e mais três declarando estar viajando no interior do Estado de São Paulo para conhecer projetos de futebol em clubes paulistanos para aplicação no município de Marabá a favor dos jovens locais.

De cara, Elias Mendes de Araújo, um senhor aparentando mais de 60 anos de idade, nervoso e sem saber exatamente porque estava ali, disse à  juíza Aldecy Pissolati que “tudo o que eu fiz, sei que estava errado, mas me tirem dessa enrascada”.

Em outras palavras, a testemunha quis dizer ser vítima da safadeza da vereadora Elka, que usou da perrogativa de ser sua patroa para ganhar, ato contínuo, a assinatura do pobre infeliz nas folhas de papel. “Eu não fui obrigado a assinar, mas só assinei por ser empregado dela”.

A frase de Elias sintetiza tudo, considerado o constrangimento que deve ter sido, para ele, assinar algo que poderia lhe causar problemas de ordem criminal.

O senhor, agora, corre o risco de ser denunciado pelo Ministério Público por prática de falsificação ideológica (omitir, em documento público ou particular, declaração  falsa, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade ).

A partir dos depoimentos colhidos ontem, na 3a Vara Civel, a juiza Maria  Aldecy encerrou o período de instrução. Resta-lhe agora lavrar a sentença.

Eleitoralmente, o futuro de Elka já está selado.

Dificilmente o eleitorado de Marabá lhe dará um segundo mandato. O mesmo pode ocorrer com outros sete vereadores  que a protegem no interior da Câmara Municipal.

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Atualização às 09:50

O servidor Elias Mendes de Araújo foi categórico: ele nunca exerceu a função de  motorista da  vereadora e jamais esteve em qualquer cidade do país à serviço da Câmara Municipal, mais especificamente, trabalhando a mando de Elka. Ele chegou a dizer que nem conhece o carro da parlamentar, “já que todos os carros dos vereadores são iguais, não dá para diferenciar um do outro”.