Em viagem precursora realizada até o município de Goiatins, no Estado do Tocantins, a Casa da Cultura de Marabá concluiu os trabalhos de mapeamento da programação de paradas da balsa de buriti, projeto idealizado pela Fundação Casa da Cultura com objetivo de clarear a memória regional e valorizar heróis barqueiros que tanto fizeram pela colonização ribeirinha do eixo Tocantins-Araguaia.
Coordenada pelo presidente da Fundação Casa da Cultura, Noé von Atzingen, a viagem percursora definiu a contratação da equipe que vai fazer o corte de 600 talos de buriti, a serem utilizados na construção da balsa. O buritizal fica localizado nas imediações do rio Manoel Alves Grande, também em Goiatins.
Além dos talos de buriti, Noé acertou também com a equipe a retirada de madeira, cipós e da palha de babaçu para a construção de uma casa de 4 m X 4m, para cobrir a balsa, bem como talos de buriti para a construção de um galinheiro.
A prefeitura de Goiatins ficou responsável pela contratação do caminhão que transportará o material até a cidade de Estreito, a jusante da hidrelétrica, onde a balsa será construída.
A balsa será construída no período de 10 a 15 de abril.
Parte integrante do projeto Balsa de Buriti, o município de Goiatins receberá uma exposição itinerante a ser aplicada em diversos municípios localizados às margens do Tocantins, de Carolina e Marabá.
Junto ao secretário de Cultura de Carolina, Noé fiou sabendo do interesse daquele município integrar-se ao Projeto Balsa de Buriti, construindo uma balsa igual, para fazer o trecho Carolina-Estreito, já que a balsa que fará o trajeto até Marabá terá que ser construída à jusante da barragem do Estreito, pela impossibilidade de cruzar a hidrelétrica.
“Seria uma forma de homenagear o povo de Carolina nesse evento de profundo significado histórico”, pontua Noé.
Não é certeza de outra balsa será feita para fazer o trajeto Carolina-Estreito, encontrando-se com a outra balsa, em Estreito, mas se a prefeitura daquele município assim proceder, algumas mudanças deverão ocorrer na programação, principalmente em relação a datas , com a antecipação de lançamento do projeto.
Em Estreito, ficou acertada a escolha do clube náutico local para servir de local para a construção da balsa.
A prefeitura do município custeará hospedagem e alimentação de sete pessoas, coladas na construção da balsa, além de organizar a solenidade de partida da balsa, dia 18 de abril.
Algumas providências também tomadas, durante viagem percursora de Atzingen.
Localização de balseiros antigos, devidamente pautados para dar testemunhos ao documentário que a VideoV produzirá, entre alguns, Luizão e Mundico, que atuam no rio Manoel Grande; Joaquim Falcão, em Carolina; “Toím” e Sebastião Pimenta, em Itaguatins.
Noé definiu ainda a relação de mercadorias e produtos que comporão o cenário da balsa, em sua descida pelo Tocantins, listados por antigos balseiros: sacos de estopa (com palha de arroz para supor estarem cheios com milho, arroz, feijão e farinha); sacos de algodão (sal); galinhas, mantas de carne de sol, espigas de milho, rolos de fumo, litros de azeite babaçu, abóboras, doce de buriti, cachos de banana, rapaduras, lampeões a querosene, etc.
A balsa terá duas faixas afixadas no teto superior da casa de palha, com o nome do projeto Balsa de Buriti, além de bandeiras do Brasil, Pará e Marabá colocadas na cumeeira da casa.
Bandeiras dos municípios situados às margens do rio Tocantins, serão colocadas em pequenos mastros localizados ao redor da balsa.
Estas bandeiras, a propósito, serão adicionadas à embarcação, a partir da entrega de cada uma, nos respectivos municípios, quando a balsa cruzá-los.

wilson de cristo
25 de março de 2013 - 17:43adorei e vou compartilhar essa ideia com minha irma que esta fazendo engenharia florestal na cidade de blumenau sc,parabens pra todos que estao empenhados em resgatar nossa historia! wilson de cristo motorista de caminhao , filho de maraba
João Dias
24 de março de 2013 - 07:45Da arca, à balsa de Noé, tá faltando o porco. Lembro que determinadas balsas chegavam à Marabá trazendo, exclusivamente, porcos.
Naquela época, era a carne mais encontrada no Mercado Municipal.
No mais, excelente ideia, boas lembranças e, muitas SAUDADES.
Parabéns a todos!
sds. marabaenses.
Rio, RJ
João Dias