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A pequena G.V., de um ano e sete meses, se dirigiu tranquila para o Centro Cirúrgico do Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá, nesta quarta-feira, 7/12, onde seria atendida pelo cirurgião pediatra da unidade. O trajeto de 50 metros foi feito em uma motoca acompanhada por uma técnica de Enfermagem. A cena, que mais pareceu um momento de diversão para a menina, apontou para uma medida de segurança sugerida pela Comissão de Humanização e adotada pelo hospital para prevenir quedas no transporte de crianças que precisam fazer procedimentos no Centro Cirúrgico.

Para a mãe da paciente, Lucielma dos Santos, de 32 anos, a motoca tranquiliza não só as crianças, mas os pais também. “A criança fica mais confortável lá do que na maca. Ela acha que é um brinquedo e não chora. Assim fico mais tranquila, até porque meu coração aperta quando vejo minha filha chorando”, comentou a dona de casa.  O sentimento foi compartilhado pela mãe de A.G., Antônia Ézila da Silva. O menino foi um dos primeiros pacientes do Hospital Regional de Marabá a usar a motoca.

Segundo o diretor de Enfermagem do HRSP, Leisson Pinheiro, a estratégia contribui para a segurança do paciente. Quando transportadas em macas, é comum que fiquem agitadas e nervosas, gerando risco de queda e elevando o nível de estresse das mesmas no ambiente hospitalar.

“O hospital adota o protocolo de Prevenção de Quedas, estabelecido pelo Ministério da Saúde. E esta é uma forma de evitar que as crianças sofram um evento desse tipo. Por isso vai além da humanização do atendimento. É importante frisar que, para ser transportado na motoca, o paciente é avaliado antes pelo enfermeiro”, argumenta o gestor. Dentre os critérios estabelecidos para uso da motoca estão o tipo de cirurgia e o estado de saúde no dia do procedimento.

Outro benefício percebido após a adoção da motoca como transporte é a agilidade no procedimento. É o que afirma a supervisora do Centro Cirúrgico e da Central de Material Esterilizado, Giselly Soares. “Se a criança chega aqui estressada, é necessário um tempo para a equipe acalmá-la e iniciar o procedimento. Certamente não é fácil para ela ficar longe do conforto do colo da mãe, entrar em um ambiente estranho e com pessoas que não fazem parte da rotina normal dela. Agora, com a motoca, elas chegam brincando. A gente pergunta onde é a buzina e elas logo vão mostrando”, argumenta a enfermeira.

Protocolo

A internação aumenta o risco de quedas, uma vez que é um ambiente novo para o paciente e, ainda, o quadro clínico requer cuidados específicos. Quando elas ocorrem, podem provocar sérias lesões e aumentar o período de permanência do paciente no hospital. Em geral, idosos, crianças e pessoas com deficiência estão mais propensas a esse evento.

Por conta disso, para contribuir para a qualificação do cuidado nas instituições de saúde brasileiras, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que tem como uma das medidas o Protocolo de Prevenção de Quedas.

No Hospital Regional de Marabá, além das motocas para crianças, a unidade adota uma classificação de riscos, sendo um deles o de quedas. Assim, todo paciente admitido na unidade é avaliado pelo enfermeiro e, se confirmado o risco de queda, é identificado com uma etiqueta amarela na pulseira e na cabeceira do leito, a fim de que a atenção seja redobrada por colaboradores e usuários. ( Aretha Fernandes)