professora-neusaNo município de Ulianópolis,  Nordeste do Estado,  a prefeitura foi disputada por três mulheres, fato raro no país – onde predominantemente os homens sempre lideram as disputas eleitorais majoritárias.

O eleitorado daquele município foi às urnas, dia 2 de outubro, tendo como opções a prefeito   as candidatas Professora Neusa (DEM), Kelly Destro (PSD) e Irmã Lita (PSB).

Ao final,  Neusa (foto ao lado) foi eleita prefeita com 5.169 votos (38%); Kelly Destro ficou em segundo, somando 4.536 votos (34%), e Irmã Lita obteve   3.716 votos (27%).

No país, as eleições para prefeito tiveram 31% de candidatas – percentual dentro da lei,  que exige um mínimo de 30% de candidaturas femininas.

 

No entanto, em apenas  52 municípios  as mulheres decidiram enfrentar a disputa majoritária, conforme dados levantados no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A equidade de gênero ainda está longe de ser alcançada: 3.815 dos 5.570 municípios teve apenas homens concorrendo, o que equivale a 68% do total.

Atualmente, as mulheres ocupam 10% das prefeituras e representam 12% dos vereadores nas câmaras municipais.

Cerca de 70% das cidades brasileiras sequer tiveram mulheres concorrendo à prefeitura.

Os empecilhos às candidaturas de mulheres começam  já dentro dos partidos.

A legislação impõe ao menos 30% de candidaturas, mas não conseguimos conquistar nem os 30% de mulheres eleitas, muito menos os 51% que seriam o ideal e correspondem à proporcionalidade da mulher na sociedade brasileira.

Uma desproporção escandalosa entre o número e a população do país.

Nem o PMB, Partido da Mulher Brasileira, alcança o percentual de candidaturas equivalente ao da população: a sigla teve m 43% de mulheres concorrendo no pleito de 2 de outubro.

Por isso, a importância da eleição em Ulianópolis, que rompeu a tradição ao privilegiar um cenário onde apenas as mulheres disputaram a prefeitura. (Eliane Gomes)