Quando este blog repercutiu, ano passado, operações da Justiça do Trabalho para a penhora de  900 cabeças de gado e 18 veículos de propriedade do pecuarista Décio José Barroso Nunes – conhecido por  “Delsão” -, foi um deus-nos-acuda.

O cumprimento de sentença em uma ação trabalhista do titular da 2a Vara do Trabalho de Marabá, juiz Jonatas dos Santos Andrade, exigiu complexa estrutura logística levada a cabo em Rondon do Pará, envolvendo oficiais de Justiça, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e outras autoridades.

Por ter dado ampla divulgação ao fato, coincidentemente, o poster recebeu ameaças na caixa de comentários  do blog.

Como não poderia deixar de fazê-lo, o comentário contendo ameaças à vida  do assinante deste sítio também ganhou repercussão.

Embora ameaçado, o blog deixou evidente que não apontava  o fazendeiro como autor do anonimato – apenas considerou muita coincidência o fato ter ocorrido no momento no qual este espaço cumpria seu dever de informar.

À época, um tal de “Comitê Delsão” divulgou nota contestando qualquer participação do pecuarista nas ameaças enviadas ao blog, insinuando, inclusive, invencionice de nossa parte, e que o comerciante de Rondon poderia processar o poster.

Não demorou muito,  notificação para audiência de instrução de uma ação cível aportou em nossa residência, consolidando a intenção de ameaça do fazendeiro, que não prosperou em razão  do não comparecimento de Décio ao fórum da cidade.

Ao deparar com a notícia de que o pecuarista estaria, agora,  fazendo ameaças à vida do juiz da 2a Vara do Trabalho, o poster indigna-se com a bestialidade  movedora de certos espíritos humanos.

Para eles, a força, o poder, o “hálito” da grana e a tendência para tramas diabólicas são os instrumentos maiores de suas ações.

O próprio juiz Jonatas Andrade tem tomado o cuidado para não apontar o fazendeiro como autor das ameaças, mas evidencia suspeitas ao debruçar-se diante de depoimentos e casos que lhes chegaram ao conhecimento.

O fato é de maior gravidade, sabendo-se  o respeito conquistado pelo competente juiz trabalhista ao longo de sua atuação no Sudeste do Pará, combatendo, principalmente, casos de trabalho análogo à escravidão, com prevalência – quase sempre -,   a mediação de conflitos que têm o interesse social em primeiro plano.

A biografia alicerçada na luta pelo respeito aos direitos humanos tem colocado Jonatas no patamar das grandes personalidades deste Estado, merecendo, por isso, até premiação,  conferida pela Presidente Dilma Roussef.

Antes de receber ameaças de morte, Jonatas  vinha lutando bravamente para fazer cumprir as sentenças trabalhistas, sempre batendo de frente com dificuldades criadas pelo fazendeiro de Rondon do Pará.

Para saber mais, AQUI    e AQUI. 

A repercussão nacional das ameaças é uma prova de que se algum ato insano for praticado contra  Jonatas, não ficará impune.

Neste momento, não há uma autoridade da área de segurança, neste país,  que não esteja informada do que pode acontecer ao juiz, no rastro das ameaças a ele endereçadas.

E todo cuidado para protegê-lo, é pouco.