O que fazer com todas essas gentes inundando a região? Inicialmente, tratamento humano digno a todas elas, párias de um sistema político incapaz ainda de oportunizá-las. Ocorre que esse tratamento não pode ser assistencialista, e como inserí-las no processo produtivo se todos carregam as digitais como único instrumento de comprovação de sua cidadania?
Junte-se a essa fabulosa âncora de fomento migratório que será o Salobo, o aumento populacional estimulado agora pelo garimpo de Serra Pelada, cujos trabalhos de exploração mecanizada deverão começar este ano.
Está engatilhada aí a receita para o aumento da violencia mais do que estamos experimentando, o crescimento do número de garotos cheirando cola nas praças e portas de supermercados, o bate-pronto na parada de onibus com os roubos relâmpagos, e uma geração de jovens-velhos perdidos e esturricados zanzando que nem alma penada.
Não aceito argumentos de que toda regiao com alto índice de crescimento está fadada a experimentar seus dissabores. Correto é discutir a questão não apenas como responsabilidade da Vale do Rio Doce ou das prefeituras. E encontrar soluções. O governo do Estado e demais agentes públicos, em parceria com a iniciativa privada, necessitam olhar isso com prioridade.
Antes de se discutir qualquer postura no set de filmagens, recomenda-se estudar cuidadosamente os efeitos do processo migratório. É ele quem acrescenta a miséria e reproduz bêbados e ladrões pelas esquinas das cidades.