Em quatro ocasiões ( AQUI     AQUI     AQUI  e   AQUI), o blog fez ampla divulgação do relatório de uma auditoria realizada nas folhas da Secretaria de Educação de Marabá, a pedido da Câmara Municipal e do Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Pará).

O que a auditoria esclarece?

A constatação de inconstitucionalidade na lei que instituiu a “progressão funcional vertical”, com sentença da Justiça de Marabá negando sua legalidade e –  pasmem! – atos subsequentes da prefeitura efetuando pagamentos ilícitos de gratificações baseados em burla à legislação.

Num dos posts publicados – repetimos, reproduzindo o que o relatório da auditoria trouxe à luz – estampamos print de uma decisão da juíza Kátia Parente, negando a progressão funcional vertical.

Só para lembrar, leiam com atenção, lá no post,  o que está escrito na decisão da juíza.

Sentença-Kátia-Parente 4

Abaixo, a transcrição de parte da sentença que veda a progressão funcional vertical.

 

 

Este Juízo censura apenas o termo da lei que fala em progressão funcional vertical, este sim, amplamente vedado pela Constituição, por muitas vezes mascarar a ascensão. O Plano de cargos e salário dos Professores do Município versa na realidade sobre promoção dos educadores, seja por merecimento ou por antiguidade, esta não proibida pela Constituição”.

O grifo é nosso.

Em todas as situações nas quais o blogueiro criticou o Sintepp por defender um “direito adquirido” que nunca existiu, os sindicalistas nunca se prontificaram apresentar contestações baseadas em dados concretos.

Uma única vez, assim mesmo na caixa de comentários de um dos posts publicados em 2014, o presidente da entidade Wendel Bezerra, mostrou a cara, inda que para negar o uso de fakes, nas redes sociais, viralizando  ataques virulentos a quem criticava a pretensão de validar uma progressão irregular.

Leiam  NESTE LINK.

Muito bem.

Ao ler, agora no meio da tarde desta segunda-feira, 5,  uma confusa e graciosa nota publicada pelo sindicato, na qual o blog é citado, repudiado e xingado -, constata-se o nível da baixaria que exclusivamente reflete a  falta de discernimento de seus autores.

Não há um único argumento de verdade plausível.

Só a tentativa de desqualificar moralmente o oponente do debate, assassinar simbolicamente o interlocutor.

Poucas coisas são mais autoritárias do que isso.

Como não consegue escrever uma linha coberta por dados concretos que derrubem os números  expostos pelo blog, Wendel e sua tchurma partiram para ataques pessoais ao blogueiro e à sua família.
E o faz usando o nome do Sindicato, sem assinar, pessoalmente, nenhuma das ofensas.

Como o fazem todos os covardes.

Mas sempre foi assim.

Ao longo dos anos, nossa história pregressa inibiu o desenvolvimento de uma arena civilizada no Brasil.

Daí que discussão é confundida com briga pessoal.

Nessa lógica, não se combate pontos de vista em prol da geração de consensos.

Se desqualifica o sujeito fonte emanadora da discordância.

A valentia toma conta.

O blogueiro em toda a sua história profissional jamais se escondeu atrás de entrelinhas, para fazer seu trabalho.

Quando assume uma posição crítica, o faz com sua assinatura escancarada, sempre pautado em fatos, sem mentiras, sem plantação de nada.

Um desavisado que lê o que diz o Sintepp, supõe estar diante da sacrossanta verdade factual.

O blogueiro desafia Wendel e sua tchurma a desmentirem uma linha do que foi dito nos posts até agora publicados, inclusive o último, totalmente alicerçado por dados do relatório da auditoria.

Mas contestar com documentos!

Algumas perguntas:

Wendel e sua tchurma têm como provar a origem da “legalidade” da tal “progressão”?

Traga à público, então, a decisão judicial que referenda isso.

O que lhe dá sustentação jurídica para afirmar haver “direito adquirido” na burla  feita matreiramente para o pagamento das gratificações de até 150% acima do salário?

Mais uma vez, então, traga à público a decisão judicial que referenda isso.

 

Ao longo da História, o percurso dos covardes e da miudeza humana se resume a isso:  apontar o dedo para quem levantou o debate de algum tema de interesse da sociedade, como forma de esconder a incapacidade em debater  civilizadamente.

Atos que se assemelham ao fascismo e aos  regimes autoritários.

E, veja só! –  a versão bizarra desse patrulhamento parece surgir hoje em versão 2.0 turbinada pela desinformação de alguns, levados a acreditarem existir direitos adquiridos.

Pior: sem saberem da gravidade das adesões a uma progressão fraudada (considerando a sentença do Juízo que vetou a progressão), e que, por isso mesmo, correndo o risco de terem que devolver dinheiro ao erário, numa sentença final da Justiça.

Todos os indícios levam à suspeita de que a diretoria atual do Sintepp de Marabá usa  grande maioria da categoria para preservar privilégios de poucos.

E quando o blog trata de privilégios, não tem nada a ver com a valorização dos educadores.

Para valorizar todos os agentes da área educacional, é  preciso discutir um verdadeiro Plano de Cargos e Salários, sem os índices tresloucados de gratificações que chegam a patamares de 150% sobre o salário, com progressão vertical sem que haja concurso público.

 

Não é justo que a folha salarial de 1.306 professores seja praticamente igual a que  a prefeitura paga a  672 professores, estes ganhando acima de 5 mil.

Não existe justiça nessa política de “valorização” da categoria.

A isonomia passa longe disso.

O Sintepp faz  esforço desesperador para manter privilégios de seus diretores, usando a desinformação e boa fé da maciça maioria dos educadores.

Por exemplo, o leitor sabe quanto recebe todo mês o coordenador do Sintepp, Wendel Bezerra, um dos “iluminados” ?

O contracheque dele registra R$ 6.868,66, sem que o mesmo  pise numa sala de aula, já que se utiliza da legislação sindical para ser mais um gazeteiro da vida.

Seane Bezerra, esposa do coordenador do Sintepp, Wendel Bezerra, recebe mensalmente  R$  5.937,67.

Ela está na sala de aula?

Não!

Também conseguiu firmar-se numa função dentro da sede da Secretaria de Educação, deixando de lado as tarefas (quem sabe, enfadonhas?) preparatórias dos planos de aula, para ministrar aos estudantes da rede municipal.

Os dois, marido e mulher, embolsam mensalmente cerca de R$ 12 mil, para o bem geral e irrestrito da família.

Não merecem receber o que ganham?

Claro,  merecem!

Todos os educadores merecem, desde que pautados em legislação constitucional, respeitados os limites orçamentários do  Município.

Curioso é descobrir, no relatório da auditoria, que quase todos os diretores do Sintepp são “iluminados”.

E que passam distante, muito distante, das salas de aula.

Por exemplo: o secretário geral do Sintepp, Aurismar Lopes, também  premiado com a tal “progressão”, faz  jus a salário mensal de  R$  5.801,44.

Lucimar Tavares ganha R$ 6.103,18.

E por aí vai.

Eles ainda têm direito a 200 horas-aula, só que não colocam o pé, nem as mãos, muito menos a cara, em sala de aula.

E olha que eles não tem direito à cota sindical, ou seja, não são favorecidos pela legislação para receber sem trabalhar, uma vez sindicalistas.

É essa questão que o blog vem combatendo.

Nos últimos anos, criou-se um pequeno grupo de favorecidos.

Ampliou-se as desigualdades dentro da categoria, cuja grande maioria recebe muito aquém dos “abençoados”.

Toda vez que alguém cria coragem para  ajustar a anomalia, o Sintepp convoca guerra, ameaça parar o município, etecéreta e tal.

Fazem convocações gerais para a categoria seguir seus rufos, batendo tambores nos terreiros escolares.

Na visão dos sindicalistas, os educadores são massa de manobra para obedecerem as diretrizes de um sindicato que a cada dia demonstra estar  totalmente perdido nesse debate.

Falam em valorizar os colegas, mas são os primeiros a os desrespeitarem, protegendo um pequeno grupo de aquinhoados em detrimento da massa que realmente está na sala de aula, sofrendo, enfrentando agruras peculiares de um dos setores profissionais do país que mais carecem de estrutura.

E, em Marabá, a situação não é diferente.

A diretoria do Sintepp local, na nota de repúdio publicada, cobra transparência no trato da causa pública.

Postura mais do que correta, exigir prestações de contas corretas e abertas.

Só que o sindicato é um dos piores exemplos nesse quesito.

O blogueiro teve a curiosidade de verificar o montante de recursos que o Sintepp recebe, mensalmente, da Secretaria Municipal de Educação de Marabá, como repasse das contribuições sindicais.

Veja, leitor, quanto o Sintepp recebeu  de contribuição sindical, nos últimos três anos.

 

2013     ………………….  R$ 888.625,77

2014    …………………… R$ 1.041.264,37

2015    …………………..  R$ 1.177.537,48

 

A ,média mensal desses valores é de  quase R$ 89 mil.

Qualquer olhar crítico que se debruce sobre esse montante de grana não fica sem fazer indagações.

O  que faz o Sintepp com essa valiosa quantia?

Realiza algum evento destinado a discutir a qualidade da Educação?

Destina algum valor para ministrar cursos aos professores?

Investe em sua sede social, localizada a rua 7 de junho?

Realiza melhorias na sede campestre, situada à BR-155, no bairro São Félix 3?

Ninguém sabe.

Certamente, a categoria não realiza qualquer tipo de pressão para saber a destinação da grana que sai do bolso de cada educador.

E como seria saudável se todos exigissem maior transparência nesse processo de aplicação da contribuição sindical!

Fazendo busca na página de prestação de contas da entidade, em seu site, ao clicar no link “Prestação de Contas 2014,” sabe qual foi o retorno?

Uma página em branco, apenas com a logomarca do sindicato e um aviso: “estou editando essa página. Por favor, aguardem”.

Já estamos em 2016, é bom lembrar.

Vejam print:

Sintepp 2014

 

Uma passada à frente da sede campestre, do outro lado do rio Tocantins, o que se vê é um patrimônio com ares de abandono.

Os carantonhas não se dignam mandar capinar o matagal que domina a sede.

Cena deprimente, conforme atestam as fotos feitas esta tarde.

Sintep Campestre

 

Sintep Campestre 3

 

 

Sintep Campestre 2

Ao fundo e ao cabo, o certo é que a graciosa e confusa nota dos sindicalistas barbarizou diatribes à vontade, só não tocou no assunto principal: desmentir os questionamentos do blogueiro.

Passaram longe, fugindo como o diabo corre da cruz.