Sob título “Dois pesos”,  Jeso Carneiro  conta:

 

O rio Tapajós baixa a olhos vistos, e nada da Delegacia da Receita Federal em Santarém reabrir as portas.

Há poucos metros dali, a Caixa Econômica Federal resiste bravamente à cheia sem cruzar os braços.

Dois pesos e uma preguiça.

 

Em verdade, quando o poster leu, dias atrás, nota da Receita Federal anunciando a suspensão das atividades, em Santarém, por causa da cheia, inclusive temendo pela saúde de seus servidores, uma sonora gargalhada ecoou na sala. Mais pela indisposição de enfrentamento ao cerco fluvial do que pelos riscos propriamente à vida de algum barnabé federalizado.

Quando imaginamos os aguerridos funcionários federais, aqui em Marabá, pelo menos três vezes a cada dez anos, encarando  a rebeldia do Itacaiúnas e Tocantins, sem piar nem ofegar, é de uma antipatia sem precedente esses não-me-toques da RF mocoronga.

Peixe fora d’água, dá nisso.