A TIM e a estatal Telebrás formalizaram nesta quarta-feira um acordo para compartilhamento de um total de 4,4 mil quilômetros de fibras óticas nas regiões Norte e Nordeste, fazendo disparar as ações da estatal brasileira reativada em 2010.

O acordo permitirá maior capilaridade das redes 3G e 4G da operadora e também a ampliação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), operado pela Telebrás junto a diversas empresas.

Às 15h20, as ações da Telebrás subiam 48,82 por cento, depois de terem ultrapassado a barreira dos 50 por cento de alta, enquanto as a TIM operavam em alta de 0,14 por cento.

A TIM vai ceder 2.200 quilômetros de fibras óticas no Norte do país à Telebrás, nos trechos de Tucuruí (AP)-Macapá-Manaus.

A estatal, reativada pelo governo para operar o PNBL, vai ceder, em contrapartida, a mesma quilometragem de rede em trechos no interior do Norte e do Nordeste, como Tucuruí-Belém.

Essa contrapartida envolverá uma rede de fibra que a Telebrás vai construir na rede da Chesf, subsidiária da Eletrobras, no Nordeste, de acordo com o executivo.

“Estamos iniciando agora um projeto de construção (de rede) no interior do Nordeste”, disse o presidente da Telebrás, Caio Bonilha, a jornalistas durante a Futurecom, feita do setor, no Rio de Janeiro. Ele não deu números de investimentos nessa rede.

“Nós vamos iniciar esse projeto, que é outro projeto estratégico da Telebrás, onde então a TIM vai ser nosso parceiro e a nossa contrapartida”, afirmou Bonilha.

“Esse acordo com a TIM possibilita o atendimento a uma demanda que nós temos na região Norte”, complementou.

Assim, a empresa espera dar continuidade a seu projeto comercial de venda de capacidade de infraestrutura de rede no atacado para provedores locais, o que ajudará a empresa a chegar ao ponto de equilíbrio operacional em 2013, disse Bonilha à Reuters após a assinatura dos contratos.

As empresas também negociam a contratação, pela TIM-Intelig, de serviços de transporte de dados ponto a ponto na rede da Telebrás, a fim de melhorar a qualidade do serviço 3G.

A TIM, em julho, teve as vendas de produtos móveis suspensas em vários Estados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sob alegações de falta de qualidade nos serviços, junto também à Oi e Claro.

“Quanto ao valor da obra do trabalho LTE (nesse trecho da TIM) estamos falando de investimentos de, entre direitos de passagem do leilão e investimento industrial, em torno de 250 milhões de reais”, afirmou o diretor de assuntos regulatórios da TIM, Mario Girasole. O LTE é a tecnologia sendo utilizada para a telefonia móvel de quarta geração.