Sobre o reacionarismo de Lula:
Eu até agora eu não me conformo com as excrescências que o Lula disse: “Se você conhece uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque está com problema. Se você conhecer uma pessoa muito nova de direita, é porque também está com problema”. Isso após receber prêmio da revista “IstoÉ”, no noite de segunda-feira. Além criar um determinismo histórico, algo ruim pra condição humana, disse que eu sou um doente. Sim, eu sou um doente na certa, porque eu acredito no comunismo e tenho 41 anos. Ora, ora, eu sempre respeitei as pessoas e suas opiniões e não vai ser o Lula com essa postura hiper-reacionária que vai me dizer que eu sou um doente. Ei, presidente Lula, me respeite!

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O Secretariado de Ana Julia:
O Blog do Barata diz que o secretariado da Ana Júlia é corrosivo. Não é bem assim. É claro que qualquer entrada de governo não agrada gregos e bragantinos. Paciência. Faz parte do strito sensu da política. Digo isso porque eu até penso que esse secretariado é de médio pra bom. Tem uma geração nova e boa. Vou citar três exemplos: Charles Alcântara, Cláudio Puty e Maurílio Monteiro. Conheço essas figuras e posso dizer: são excelentes.

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A gula dos PTs:

O reclame dos setores da tendência do Paulo Rocha é que há muita “gulodice” da DS da governadora. Só que o Paulo Rocha não tem muita moral porque fez isso em 2002 na distribuição dos cargos federais aqui no Pará. Como diz o Julinho Gomes, o novo oráculo petista: “Tanto a Ana Júlia quanto o Paulo Rocha, aprenderam com o leninismo tupiniquim do Edmilson Rodrigues. E hoje a Ana Júlia faz a desforra nos dois”.
Será?

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Prevendo fisiologismo:

Minhas preocupações (com o secretariado de Ana Julia) são duas. A primeira: é uma conciliação entre esse secretariado e a base parlamentar. Conheço o apetite dos deputados. São compulsivos. E o fisiologismo da fome patrimonial é culminante. A derrota do Mário Cardoso (TCM), faz pensar o que vai ser o futuro. Hão de dizer: “mas foi porque é de uma legislatura antiga”. Tudo bem. Mas anotem aí: a fatura vai ser mais alta.

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Made in Marambaia:

As tendências evolutivas que hoje atraem a atenção sob a rubrica “globalização” modificam uma constelação histórica que se distinguiu pelo fato de o Estado, a sociedade e a economia estenderem-se, de certa maneira, de forma coextensiva dentro das mesmas fronteiras nacionais. O sistema econômico internacional, no qual os Estados traçam as fronteiras entre a economia interna e as relações de comércio exterior, transforma-se, na esteira da globalização dos mercados, numa economia transnacional. Isso eu vi de perto ontem.
No bairro da Marambaia, Belém/Pa, tem uma pequena (pequena mesmo!) fábrica de sapatos. Toda sua produção vai pra Rússia. Com apoio do Banco do Brasil e do governo Brasileiro, essa fábrica cresce e tende criar uma expansão para outros países do leste europeu.É a Marambaia globalizada!
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Premonição interna:

Com a divulgação do meu blog, eu acabo de abrir o mesmo e vejo muitas participações, polêmicas e até insultos. Tirando os insultos, folgo em saber que estamos a criar um novo espaço de debates. Mas, o que mais me chamou atenção foi o que meu amigo e oráculo petista Julinho Gomes disse: “No governo Ana Júlia, o PT paraense vai ficar se engolindo entre facções”. Eu discordo um pouco do meu amigo Gomes. É claro que o PT está unido, à sua moda. O PT da Ana Júlia é diferente do PT do Paulo Rocha? Claro que é. Porém, o mérito não é esse. O meu mérito é saber se à moda petista de união é ruim para o modo petista de governar? Faço essa preliminar porque está passando da hora de nossos amigos petistas perceberem que uma coisa é o partido, outra coisa é o governo e outra coisa é o Estado.A luta fratricida das tendências no interior do PT não pode se difundir ao governo. A Ana Júlia não foi eleita para governar o PT e sim para governar o Pará, que é muito maior que o PT. Aliás, nem tem comparação. Os erros que cometer o PT e se difundirem ao governo trarão prejuízos para o Estado e para a esquerda democrática paraense.Juízo e razão, é o que se espera dos dirigentes e militantes do partido majoritário da coalizão vencedora das eleições, que para governar precisa de outros partidos e de outras forças.

Nota do Blog – Seis meses depois a luta intestina produziu a primeira baixa: Carlos Guedes, com quem Lauande trabalhava numa diretoria da Sepof.

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A vida: um bem precioso:

Com esse título acima,Lauande analisa pesquisa de “Estatísticas do Registro Civil”, divulgada pelo IBGE. O blog destaca este trecho:

Avalio que é impossível que a desvalorização de vida atinja tão elevado patamar. Todos os esforços para a melhoria de qualidade de vida da população, em prol do avanço da longevidade, do combate à mortalidade infantil – a própria pesquisa do IBGE aponta a redução no número de mortes de crianças -, enfim, da construção de um país melhor, acabam se esvaindo em estatísticas aterradoras. Ainda mais dramática, como afirmou o técnico do IBGE, é a circunstância de que as mortes são evitáveis. Para evitar a mortandade, seriam necessárias as adoções de políticas públicas efetivas na segurança pública e trânsito.Em média, todos os dias morrem quase doze paraenses em conseqüência de homicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas, suicídios, queimaduras e demais causas externas. Além de todo o sofrimento provocado pelas perdas em milhares de familiares e amigos, as mortes por causas externas implicam imensos prejuízos econômicos.Mesmo assim, os números não arrefecem, e a sociedade, na minha opinião, não parece compreender a dimensão do problema. A vida, o bem mais valioso da humanidade merece muito mais respeito. E pra mim a pesquisa do IBGE apenas mostra a desvalorização de um bem tão importante: a vida da condição humana. Por esses motivos que avalio essas questões no âmbito da saúde pública e deveria ser sempre uma preocupação societária.

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A “democracia”cubana:

Ontem vi o Raul Castro na CBN dizer que ele “continua democrático”. Faz-me rir. Aí fico com aquela minha convicção que ser um partido de “esquerda” não significa necessariamente ser socialista. Assim como “socialismo” em Cuba não é sinônimo de democracia. A história cubana, aliás, toma esses dois termos – socialismo X democracia – como antônimos, diga-se de passagem.

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Comunista amante das liberdades democráticas:
Trecho de um belíssimo texto de Lauande sobre a Democracia:

Estive presente numa reunião que tinha membros do MST. Discutíamos os financiamentos do Pronaf. Lá pelas tantas um dirigente do MST disse que não acreditava mais nesse “tal de Estado Democrático de Direito”. Engraçado que semana passada, um dirigente da Federação dos Agricultores do Pará disse “que tudo virou baderna porque tudo vem do democratismo do Estado”.
Essas duas falas demonstram que o sectarismo sempre abominou o Estado Democrático de Direito porque quanto mais democracia, mas atinge os arrogantes e autoritários.Eu penso que o Estado Democrático e de Direito é hoje a reunião de diversas identidades e interesses que vão muito além dos interesses clássicos da burguesia. Ser de esquerda é buscar manter intransigentemente o Estado de Direito. Tendo em vista isso, ser de esquerda é sim repelir manifestações e atos contrários aos preceitos democráticos.Prá mim a democracia é substantivo e só. Ela não precisa de adjetivos. Do tipo proletária ou burguesa. Quanto mais democracia, mais revolucionária fica a condição humana. E o Estado de Direito faz parte desse processo de construção democrática.