O fato foi relatado ao blogueiro por um funcionário  da Vale participante de uma reunião entre executivos e o prefeito Tião Miranda, de Marabá, início do ano passado

A pauta era sobre a construção da segunda ponte da mineradora sobre o rio Tocantins, para atender a duplicação da ferrovia.

Em determinado momento das discussões, o prefeito fez a pergunta aguardada por todos:

 

– Mas o que importa é que a parte rodoviária da ponte está garantida, não é isso?

Um representante da Vale, desses treinados para ficar liso que nem maxixe raspado, respondeu, cheio de pompas.

 

– Claro, meu prefeito, claro. Nós vamos fazer as duas pontes. Primeiro, construiremos a ferroviária; em seguida, daremos início à edificação da ponte rodoviária.

 

Tião Miranda, sem mudar o tom de voz, respondeu  na bucha:

 

– Não! Vamos inverter essa prioridade. Primeiro vocês constroem a rodoviária, em seguida eu dou a licença de construção da ponte ferroviária.

 

Silêncio desconfortável pairou o ambiente.

Todos ali sabiam que sem autorização do Município, não sai ponte nenhuma.

Mais do que depressa a reunião chegou ao fim.

Depois dessa reunião, meses depois, a prefeitura foi comunicada de que apenas uma ponte rodoferroviária, nos moldes da atual,  começará a ser construída.

Detalhe: há quem diga ter ouvido Tião  falar a algum assessor próximo, depois da reação que ele teve ao citar a prioridade da ponte rodoviária:

– Quer ponte não ferroviária, se não me garantirem a rodoviária!!!