Terminou no início da tarde desta terça-feira o depoimento do bancário Alan Ribeiro da Silva, que afirmou ter repassado R$ 136 mil reais para Graciele Galvão, que aparece na foto ao lado do então marido, viúva do prefeito de Tucuruí, no dia 20 de junho de 2017, dentro do Banpará de Goianésia.

Alan depôs perante a promotoria de Tucuruí.

Na semana passada, Alan lavrou formalmente a denúncia no cartório Condurú, em Belém.  O funcionário público também apresentou o seu aparelho de celular e notebook para serem periciados no CPC Renato Chaves.

Em conversas de Whatsapp, mantidas entre Alan e Graciele, o funcionário pede que a viúva retorne ao banco para assinar o verso do cheque. Em resposta Graciele diz que “só foi sacar o dinheiro para adiantar o lado do dono da empresa (Alexandre Siqueira, dono da Tec Lix)”.

Em outro trecho da conversa Graciele diz que o marido (prefeito Jones William) não sabia que ela tinha sacado o dinheiro. “ Se ele souber vai brigar comigo”. Diz a viúva nas mensagens. Trinta e cinco dias depois do saque o marido de Graciele foi executado a tiros.

Por outro lado, o Banpará, que foi informado formalmente dos fatos, em julho de 2017, não tomou qualquer providência até a presente data. Muitas dúvidas precisam ser esclarecidas sobre a denúncia do servidor do Banpará. Dentre elas porquê a agência de Goianésia pagou um cheque de outra praça a um terceiro, à então primeira dama de Tucuruí, Graciele Galvão.

Outro motivo apresentado: se o cheque estava no nome da empresa Tec Lix,  que prestava serviço para a prefeitura de Tucurúi, como o cheque foi parar nas mãos de Graciele Galvão, que é funcionária de carreira do Banpará e não tinha a menor ligação com a empresa.

Terceiro questionamento: Por que a gerencia de Goianésia autorizou o pagamento do cheque, uma vez que as contas da prefeitura e da empresa estavam bloqueadas pela justiça?

E mais: Por que os representantes da empresa optaram por dar o cheque nas mãos da primeira dama ao invés de dar esta missão a um representante legal da Tec Lix? E por fim, por que a transação foi feita em Goianésia e não em Tucuruí, local da conta de origem?

Assinaturas falsas – Antes da denúncia de Alan Ribeiro o Ministério Público já vinha rastreando saques e transferências realizadas irregularmente das contas da prefeitura de Tucuruí. Algumas transferências foram feitas no dia da morte e no período de luto da morte do prefeito da cidade, Jones William, marido de Graciele Galvão, assassinado a tiros em julho de 2017.

As investigações da polícia concluíram que as assinaturas nos cheques eram falsas. Quatro pessoas envolvidas no esquema foram presas, dentre elas o secretário de fazenda do prefeito assassinado.