Quem tem mais de 30 anos de idade certamente se lembra do Projeto Preamar, que reunia artistas e grupos culturais de Belém e do interior em um grande festival no Centur.

A volta do Projeto foi uma das novidades anunciadas pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) durante o evento #CulturaPresente, que reuniu cerca de 500 pessoas no Teatro Gasômetro, do Parque da Residência, para apresentação da nova gestão.

Produtores culturais e artistas de várias linguagens, como música, dança, teatro, artes visuais e cultura popular, participaram do encontro e mostraram uma enorme expectativa dos fazedores e fazedoras de cultura em relação às políticas públicas que serão executadas pela Secult neste período que se inicia.

A secretária de Cultura, Ursula Vidal, dividiu a abertura do evento com a professora Glória Caputo, que está de volta à superintendência da Fundação Carlos Gomes, e com o advogado João Marques, que assumiu a presidência da Fundação Cultural do Pará.

Além de apresentar os diretores e coordenadores de cada área, assim como dos espaços gerenciados pela Secult (veja box), a nova gestão antecipou alguns projetos que serão prioritários já em 2019, como o Preamar da Cultura Popular, que será realizado ao longo do ano, como um dos alicerces dos territórios de paz, ocupando aparelhos do Estado (museus e espaços públicos) e sedes de agremiações populares, envolvendo música, teatro, dança, audiovisual, artes visuais, manifestações folclóricas, moda e cultura alimentar.

Outro pilar da gestão cultural será o Programa Cultura Presente, estratégia de desenvolvimento de políticas públicas de educação patrimonial, histórica, ambiental e artística, que utilizará todas as linguagens e expressões para promover o enraizamento, a ampliação e a permanência de iniciativas e projetos de promoção social, por meio da criação artística e da economia criativa e colaborativa com potencialização das ações desenvolvidas nos pontos de cultura no Estado.

“Não temos a pretensão de chegar aos territórios para ensinar algo, porque nesses locais já existem dezenas, centenas de pessoas que estão fazendo cultura, de forma independente, na maioria das vezes sem recursos. A nossa missão é alargar a compreensão dessa função social, para que cada fazer tenha enraizamento e permanência. Seremos instrumentos nas mãos, nos corações e nas vozes de vocês”, disse Ursula Vidal, reforçando que existe um elemento simbólico neste encontro com fazedores e fazedoras de cultura. “Queremos dizer à todos e todas que as portas da Secult estão abertas, para que vocês entrem e façam parte do nosso planejamento”, convidou.

 

Festival de Ópera e Feira do Livro

Dois projetos importantes que já integram o calendário cultural do Estado serão ampliados.

O Festival de Ópera do Theatro da Paz agora será itinerante, promovendo apresentações de orquestras, operetas e cameratas em Belém e também no interior do Pará, em áreas de grande vulnerabilidade social, realizando ainda doze recitais no Theatro da Paz.

Já a Feira do Livro será transformada em Feira do Livro e das Multivozes da Amazônia, para contemplar as tradições orais da região, além de promover ações de incentivo à leitura em áreas de grande vulnerabilidade social, alcançando ainda outros cinco municípios importantes na visão estratégica da política cultural e de segurança pública do Estado.