O Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE) acaba de divulgar a Pesquisa Ciclosoft 2016 com os avanços da coleta seletiva em cidades brasileiras, indispensável para o desenvolvimento do setor de reciclagem no País. Realizado pelo CEMPRE a cada dois anos, o estudo revela que apesar da evolução crescente do engajamento dos municípios desde a promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em 2010, a velocidade de adesão ainda é menor que o desejável. Apenas 1% dos municípios do Norte têm programas de coleta seletiva.

A lei estipula os direitos e baliza os deveres de todos os públicos envolvidos na produção, comercialização e consumo de produtos, responsabilizando-os pelo gerenciamento dos resíduos produzidos. Dessa forma, segundo os dados, desde a aprovação da lei ocorreu um aumento de 138% no número de cidades que desenvolvem programas de coleta seletiva. Apesar do aumento expressivo, o índice representa apenas 18% do total de cidades em todo Brasil.

O estudo aponta que a concentração dos programas municipais de coleta seletiva permanece nas regiões Sudeste e Sul do País, totalizando 81%. Do total de municípios brasileiros que realizam esse serviço, 8% está na região Centro-Oeste, 10% na região Nordeste e apenas 1% na região Norte do País. No total, estima-se que apenas 31 milhões (o equivalente a 15%) de brasileiros têm acesso aos programas municipais de coleta seletiva. Esse índice sofreu pequena elevação, se comparado a edição anterior do estudo, quando esse número atingia 13% da população..

“A pesquisa Ciclosoft desde 1994 reúne informações para apresentar os avanços da coleta seletiva em cidades brasileiras. Desde a primeira edição, notamos um crescimento positivo nos programas e iniciativas desenvolvidas no Brasil que foi intensificado com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Porém, ainda existe um longo espaço para evoluir, que permitam aos brasileiros mais acesso ao serviço de coleta seletiva,” comenta Vitor Bicca, presidente do CEMPRE.

A pesquisa também revelou que 54% dos municípios ainda realiza a coleta seletiva por meio de pontos de entrega voluntária e Cooperativas, enquanto apenas 51% da coleta seletiva é feita pela própria Prefeitura das cidades pesquisadas. Com relação aos materiais recicláveis mais coletados, o Ciclosoft 2016 mostra que papel e papelão continuam sendo os tipos de materiais recicláveis mais coletados em peso, representando 34% da coleta, seguidos de plástico com 11% e vidro com 6%.