A informação a seguir foi publicada no sítio ROMA:

 

Cláudio Borba, que aparece destacado na foto ), professor acusado de ter feito um gesto obsceno junto com um grupo de alunos formados em Educação Física pela Universidade Estadual do Pará (Uepa), em Tucuruí-PA, conversou com exclusividade com o portal Roma News para esclarecer a polêmica. Ele afirma que houve uma interpretação equivocada da opinião pública e da própria instituição – o que impediu parte da turma de participar da cerimônia de colação de grau, realizada na última quarta-feira (16).

“Primeiramente, a fotografia foi tirada em um contexto completamente externo à instituição. Foi em um momento onde os alunos fazem fotos para a família, para colocar no convite, e a foto não era sequer oficial. Foi uma foto com uma simbologia que os alunos identificam como algo relacionado a força e poder”, declarou.

Segundo o professor, “várias pessoas fazem o gesto em suas redes sociais. “Várias celebridades também usam esse símbolo, incluindo esportistas. Em nenhum momento houve a intenção de tratar o gesto como obsceno, como órgão genital feminino ou algo do tipo. A fotografia foi publicada nos stories do Instagram de um membro da turma e não foi espalhada para o público em geral. Alguém se sentiu ofendido e viralizou o material. Não há nenhum texto ou referências que vinculem o que fizemos com a instituição Uepa. Também não há nada ofensivo no material. O que ocorreu foi um grande mal entendido”, justificou Borba.

Sobre os alunos terem a colação de grau suspensa pela Uepa, o professor não escondeu a revolta. “A consequência disso e o que causou revolta em todos nós foi que a pró-reitora que estava em Tucuruí os chamou para uma reunião e leu um documento informando que haveria uma punição onde os alunos não participariam mais da cerimônia de outorga, com a Uepa dizendo que se tratava de um órgão genital feminino”, disse.

O professor enumerou também alguns prejuízos causados aos alunos e a ele, como patrono da turma. “A instituição não deu nenhum direito de defesa à turma. Isso é um mal entendido de algo que é extremamente subjetivo. Nada na foto indica que se trata de uma ofensa. Tudo poderia ser interpretado até como um ato de defesa das mulheres – de acordo com o que as pessoas enxergam”, completou.

O clima entre os alunos, segundo o professor, é de revolta. Ele afirma que a turma em questão é uma das que mais produziu em Tucuruí nos últimos anos, com publicações de artigos, de capítulos de livros, em registros de softwares e patentes, trabalhos com a comunidade, etc. “Os alunos que não participaram da outorga entraram com uma ação judicial e o juiz da comarca de Tucuruí deu parecer favorável aos alunos. A Uepa passou por cima dessa decisão, quando deveria se preocupar com a educação e não com isso. É de se estranhar”, avaliou.

Borba lembrou também que houve edição no material publicado. “O vídeo está editado, mostrando só o gesto. Eu expliquei, antes disso, possíveis significados daquele símbolo. Falei que tem significado de sociedades secretas, de fecundidade e disse que as pessoas estavam dando as suas interpretações. A questão de ser um gesto obsceno está vindo de fora pra dentro e a Uepa tem que provar que esse é um gesto obsceno. Ao final dessa explicação toda eu disse pra mesa não se sentir ofendida, porque para mim o gesto significa força e coragem. Fiz isso em defesa dos alunos com a certeza de que aquilo era um mal entendido. Gostaríamos que a instituição fizesse um pedido de desculpas formal”, finalizou