Ponte

Governador Simão Jatene reabriu a  ponte sobre o Rio Moju , na manhã deste  sábado (19).

A obra é resultado do trabalho intenso do grupo de trabalho coordenado pelo Governo do Estado, que envolveu diversos órgãos para acelerar os serviços desde que a ponte foi interditada, em março de 2014, quando uma balsa carregada com 900 toneladas de dendê abalou e destruiu uma coluna da estrutura.

Os trabalhos de reconstrução começaram cinco dias após o acidente. Balsas foram colocadas para fazer o transporte gratuito de passageiros e veículos. Uma das ferramentas fundamentais usadas durante as obras de reconstrução foi o equipamento A-Frame, que conseguiu cortar as “línguas” da ponte, acelerando a reforma e diminuindo possíveis impactos ambientais.

“Acredito que, com a conclusão desta obra, não teremos apenas uma ponte reestruturada, teremos a conclusão de um plano de contingência bem elaborado, que com certeza será uma experiência muito útil em outra situação. Certamente não gostaríamos de repetir a situação. Sabemos que o tempo foi demorado, mas foi necessário para que pudéssemos reestabelecer essa trafegabilidade com a garantia que todo cidadão almeja”, explica o secretário de Transportes do Estado, Kléber Menezes.

Ponte 2

A obra restaura a integridade da Alça Viária, mais importante via de ligação entre a região metropolitana e as rodovias de acesso ao sul do Pará e à região portuária de Barcarena. O longo prazo de execução se justifica pelo cuidado especial com o meio ambiente. Pontes são destruídas e reconstruídas com rapidez em outros cenários, com o uso corrente de dinamite. Essa hipótese, porém, foi descartada desde o começo pelo próprio governador Simão Jatene, que recomendou aos técnicos envolvidos a solução de menor impacto ambiental possível, ainda que mais demorada.

Por isso, a reconstrução só começou após a apresentação do estudo de impactos e do plano de contingenciamento, prevendo medidas de segurança para não assorear com entulho o rio Pará nem ameaçar a flora e a fauna da região, além de garantir absoluta segurança aos operários. Daí a necessidade de construir o pórtico de sete metros de altura, chamado A-Frame, usado para cindir as peças de concreto de 190 toneladas que ficaram pendentes após a fratura da ponte.

O projeto de reconstrução começou pelo escoramento da estrutura remanescente. Em seguida, foram retiradas do leito do rio todas as ruínas de concreto, com o auxílio de mergulhadores. A partir daí, vieram as fases mais delicadas: a instalação do A-Frame no topo da ponte, a articulação das “línguas” de concreto para o corte e a retirada, a desconstrução dos tabuleiros afetados pelo choque da balsa, a reconstrução do pilar 14 e reforço das demais colunas e, finalmente, a restauração das lajes maciças de concreto sobre as quais foi finalizada a pista para tráfego de veículos. A ponte ganhou ainda novo sistema de iluminação. Em toda a extensão, de 868 metros, há postes com placas de energia solar, o que gerará mais economia e sustentabilidade.

Ponte 3

Os dez passos principais da obra:

1 – Escoramento de toda a estrutura da ponte após o acidente

2 – Derrocamento do Rio Moju, nos locais assoreados por ruínas

3 – Instalação do A-Frame no ponto de ruptura do elevado

4 – Articulação, cisão e retirada das “línguas” de concreto

5 – Desconstrução das fases de concreto impactadas pela fratura

6 – Construção do novo pilar 14 e reforço das demais colunas

7 – Restauração da unidade estrutural com quatro novas vigas de aço

8 – Concretagem dos vãos anterior e posterior ao pilar reconstruído

9 – Finalização da pista e sinalização do elevado

10 – Reabertura da Ponte Moju-Cidade ao tráfego de veículos

Fotos de Antonio Silva (Agência Pará)
Fotos de Antonio Silva (Agência Pará)