A atuação firme de alguns blogs consegue levar ao conhecimento público fatos que ocorrem na surdina, ou em total regime de ilegalidade, distante do conhecimento das autoridades.

Dois exemplos.

O primeiro, denunciado pelo Blog do Jeso, em Santarém: a construção ilegal de uma  ponte sobre o rio Jamanxim, em Itaituba, fato  que veio ganhar repercussão nacional durante reportagem do programa Fantástico, domingo último.

Em 2011, este blogueiro tomou conhecimento de que estavam construindo uma ponte sobre o rio Itacaiúnas, nas imediações da cidade de Marabá. (LEIA    AQUI)

Imediatamente, alugou uma embarcação e subiu o rio, cerca de 10 km da foz.

A “obra” estava lá, em ritmo acelerado (foto acima)

Construção de uma ponte de 260 metros de extensão por 12 metros de largura.

Tudo feito sem autorização.

Nem prefeitura, muito menos  SPU (Secretaria do Patrimônio da União), sequer a Secretaria de Meio Ambiente, haviam sido abordadas com apresentação de projetos e pedido de autorização para a obra.

Tudo à revelia.

Ou seja, uma obra que não possuía nenhuma comprovação oficial de que tivesse um projeto seguro para quem utilizasse a ponte.

Quando o blog divulgou, claro, foi um escândalo.

Imediatamente, o Ministério Público mandou checar a noticia e, rapidamente, pediu a interdição da obra, acatada pela Justiça.  (LEIA   AQUI)

Qual era o objetivo de construção daquela ponte?

Beneficiar, exclusivamente, futuros compradores do Loteamento Mirante do Vale, atualmente um dos condomínios mais luxuosos de Marabá.

Beneficiar, principalmente, quem quisesse se deslocar da Cidade Nova para a Nova Marabá.

O loteamento, quem mora na cidade sabe, fica no Núcleo Cidade Nova, depois do aeroporto.

Quem fosse morar no local e tivesse negócios ou outros interesses para resolver no Núcleo Nova Marabá, usaria a ponte de direito quase que privado.

Depois de denunciar a construção ilegal,  o blogueiro tomou conhecimento, através de contatos com quem sabia da existência da construção,  de que haveria controle para o uso da ponte.

Certamente, por ela só passaria quem tivesse imóvel no loteamento.

O blogueiro foi muito criticado por algumas pessoas ligadas ao empresário dono do loteamento, quase todos empresários.

O discurso usado para condenar a denúncia era de que o blogueiro estava “atrapalhando o desenvolvimento de Marabá”.