Durante o mês de junho, as cidades de Axixá, Sítio Novo e São Miguel formam um corredor de fogueiras, armadas em quintais e à porta de residências, para festejarem o período  alusivo a Santo Antonio, São João e São Pedro.

Cada município capricha pra ver quem ostenta a preferências dos brincantes.

Ruas decoradas, varandas  enfeitadas, a canjica, milho colhido naquelas terras, ações de pessoas que carregam a tradição de antepassados nordestinos.

Embora o repertório em sua grande maioria seja coberto por bandas que desvirtuaram a originalidade das canções pé-de-serra (o forró foi “estilizado” e a canção se aposentou), ainda é possível ouvir trilhas nas vozes de Gonzagão, Genival Lacerda, Zenilton, e Cremilda.

As noites, nas três cidades, têm cheiro de batata doce, mungunzá, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho, pipoca, arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão,  e segue uma lista grande na cabeça, que eu já nem sei de co.

 

Axixá e São Miguel, já realizaram seus festejos.

No final desta semana (4,5 e 6 de julho), será a vez de Sítio Novo, que abre a temporada com a tradicional cavalgada.

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No sábado e domingo, os festejos serão aquecidos com danças e disputa de quadrilhas.

No Brasil e, principalmente, na região do “Corredor das Fogueiras”, o festejo junino é comemorado como a maior festa popular do calendário, mas para mim é uma festa afetiva.

Lembra cheiro do milho na brasa,  calor do fogão à lenha.

Lembra  meu pai indo ao mato para cortar madeira destinada à confecção da fogueira.

Recorda o estalar dos primeiros pedaços de lenha sendo aceso e pai dizendo, “Não mexe no fogo para não se queimar”.

Caixas de cobrinhas, bombinhas, a brincadeira de “pular fogueira”.

Lembra vizinhos chegando e dizendo vim só passar, pois vou na fogueira de fulano de tal, e todos íamos fazendo este encontro e este desencontro no dia da festa de São João.

Os festejos juninos na maioria das cidades estão minguando, transformados em átrio de mega produções com a roupagem de “juninos” – roupagem sem conteúdo.

 

As três cidades do vizinho estado do Tocantins mantém acesa não apenas as fogueiras dos festejos, mas memórias saudosas: fragmentos do tempo que restaram.