Neste prédio, na Folha 16, está funcionando provisoriamente o centro Hiroshi Matshuda, enquanto este passa por reformas.

Os nossos postinhos de saúde, regra geral, são atacados como locais onde a desumanidade  e a falta de respeito ao semelhante imperam.

O fato ocorre em Marabá e no resto do país.

A baixa qualidade dos serviços de atendimento à saúde pública é quase sempre apontada como o principal fator de revolta da população.

Nas manhãs de segunda e terça-feira, 9 e 10, este irrequieto blogueiro esteve em dois postos de saúde.

No “Enfermeira Zezinha”, na Folha 23, segunda-feira, fomos nos imunizar contra Hepatite B.

E ontem, 10, nos dirigimos ao Hiroshi Matshuda (funcionando provisoriamente num prédio alugado na Folha 16), em busca das vacinas BCG e Hepatite B, para meu filho recém-nascido, Gabriel.

Em ambos postos, a surpresa: atendimento rápido e atencioso.

Sim, atencioso.

Em nenhum dos postos havia longas filas.

O tempo de espera estava dentro do prazo aceitável, considerando a grande procura dos dois locais para consultas e imunização.

Nos dois centros de saúde, atentas trabalhadoras preocupadas em fazer fluir o atendimento.

Pelo menos nos dois postos, deu pra perceber que boa parte das demandas dos pacientes pode  ser resolvida em um primeiro atendimento, se houver  um bom sistema de comunicação e um bom relacionamento profissional – usuário.

Ninguém pode negar as deficiências e falta de melhores estruturas nos centros de saúde, mas é perfeitamente real admitir que quanto menor a integração, a comunicação, o vínculo e o reconhecimento mútuo entre profissionais e usuários, entre equipes de profissionais e gestores das diversas instâncias do sistema de saúde, menor será a possibilidade de eficácia no atendimento da população.

No centro “Enfermeira Zezinha”, como exemplo, as próprias servidoras procuram humanizar o local criando espaços para comunicação de crianças, na hora de vacinação.

O que a gente pode denominar de “espaço lúdico” nada mais é do que um painel na parede da sala de vacinação com desenhos de crianças caracterizando a “hora da vacinação”.

As “obras de arte” da gurizada estão expostas no painel, conforme mostram as imagens.

 

 

Para  resolver  desafios e melhorar a eficácia no atendimento à saúde, não basta investir na eficiência técnico-científica e na racionalidade administrativa.

Qualquer atendimento à saúde, assim como qualquer relação entre gestores e equipes profissionais, é caracterizado pelas relações humanas.

O preço que pagamos pela suposta objetividade da ciência é a eliminação da condição humana da palavra, que não pode ser reduzida, no caso da prestação de serviços de saúde, à mera descrição técnica dos sintomas e da evolução de uma doença, por exemplo.

Quando preenchemos uma ficha de histórico clínico, não estamos escutando a palavra do paciente.

As informações são indispensáveis, sem dúvida.

Mas o lado humano ficou excluído.

Um hospital ou um posto de saúde pode ser excelente do ponto de vista tecnológico e, mesmo assim, ser desumano no atendimento.

Isso acontece quando os pacientes são tratados como simples objetos de intervenção técnica e não acolhidos em suas angústias, temores e expectativas, ou sequer são informados sobre procedimentos necessários.

As equipes de trabalhadores que atuam nos dois postos de saúde citados precisam ser valorizadas, e olhadas com mais carinho.

Uma forma de retribuir os esforços que elas fazem para compensar as adversidades encontradas no dia a dia de suas atividades.

Equipe de vacinação no Centro de Saúde “Enfermeira Zezinha”