A indígena Concita Sompré, da aldeia Kyikatêjê (Gaviões) acaba de se transformar na primeira indígena a entrar para o curso de Mestrado em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia,  da Unifespa.

A nação Kyikatêjê festejou a conquista de Concita, que se classificou em quinto lugar.

Administradora da Associação Indígena Gavião Kyikateje, Sompré é  formada em administração e licenciatura intercultural indígena.

Faz parte do movimento indígena pela FEPIPA -Federação dos Povos indígenas do Pará, e da APIB – articulação dos povos indígenas do Brasil.

Trabalha na Assessoria da Associação Kyikatêjê, junto às comunidades indígenas.

Voluntária em assuntos de interesse das comunidades indígenas junto aos órgãos municipais, estaduais e federais, Concita Guaxipiguara Sompre lidera um grupo de indígenas, da Terra Indígena Mãe Maria, que se expressam na língua Kyikateje, fruto de um trabalho de resgate cultural proporcionado por meio da educação voltada aos indígenas.

Quem a ouve cantando canções de antepassados, e falando fluentemente Kyikateje , Nõ imagina que o aprendizado tenha vindo de outra forma senão das tradições orais de seu povo, passadas de pai para filho.

Mas há um detalhe importante: Concita, assim como várias pessoas de sua comunidade, cresceu falando a Língua Portuguesa e só quando atingiu a vida adulta conseguiu recuperar a fluência na língua materna de seu povo.

Indígenas de sua aldeia até 30 anos, só falam português.

Por isso ela resolveu fazer do seu Trabalho de Conclusão do Curso em Licenciatura Intercultural pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), um estudo sobre o resgate da língua indígena, que está em via de extinção.

Mãe de 5 filhos e liderança mulher na sua aldeia e no movimento indígena, Concita consegue agora mais uma conquista maravilhosa, para orgulho de sua gente.