Elas são diferentes, pensam diferentes, sentem  diferente, falam  diferente.

Têm uma maneira diferente de rir, olhar, conquistar, amar, sentir e dar prazer.

Gostam de divagar, conversar, ouvir histórias, aconselhar, chorar, experimentar roupas novas…

Amam  novidades, brilho, cores, chocolate, batons, brincos, colares, sapatos, e ainda assim simplesmente adoram vestir uma camiseta velha, um jeans gasto e um par de tênis e desfilar displicentemente por lugares apinhados de gente.

E sai da frente se estiverem na TPM.

Fervilham hormônios, o corpo incha, a cabeça dói, os olhos ficam estreitos e ferozes e palavras ácidas são atiradas para todos os lados.

São dias de terror.

São  mais sensíveis, não mais choronas.

É que devido à retenção de água que ocorre no organismo quando estão  “naqueles dias” surge a necessidade de eliminar o excesso, daí a profusão de lágrimas que vertem.

São ainda as guardiãs da vida, receptáculos divinos da criação, capazes de abrigar em seu próprio corpo a gênese do homem.

Defendem suas  crias com garras afiadas e as amam  tão intensamente como se elas fossem desaparecer para sempre no segundo seguinte.

Gostam de se sentir protegidas para compensar porque, conscientemente ou não, sua missão eterna é a proteção e o cuidado com os outros: cuidam das amigas que foram magoadas, dos companheiros estressados ou doentes, dos pais idosos a quem lhes falta atenção, dos filhos que querem colo, ainda que tenham crescido o suficiente para não caberem mais nele.

E da limpeza do lar, do alimento, das tarefas da escola das crianças, da febre da caçula, do dor de cotovelo da mais velha, do machucado do pequeno atleta, da nota baixa, do dono da voz angustiada que grita mamãe ao acordar de um pesadelo noturno e as fazem correr para sua cama na velocidade da luz e com o coração quase paralisado de susto.

São diferentes mas isso não faz nenhuma diferença quanto ao direito de serem  respeitadas como pessoas e profissionais.

É dessa diferença que as relações se equilibram, se completam, se encaixam e revelam sua beleza e sua funcionalidade, cada qual com seus talentos e suas carências, como um caleidoscópio criando belas imagens apenas com fragmentos coloridos.

São esses seres tão diferentes, que sangram, que parem, que choram, que amam, que produzem tanto ou mais que o sexo oposto, que se doam, que lutam, que sonham, que sofrem e que sabem tão bem o significado das palavras reconstruirrenunciarresignar, que recebem o merecido nome de Mulher.

No Dia Internacional da Mulher, o respeito do blogueiro e a solidariedade necessária às lutas que são travadas diariamente para que o gênero seja devidamente respeitado.