A jovem Raiane Pereira da Silva, 22 anos de idade, sonhava em acolher seu bebê, tão logo o tivesse nos braços, após o parto que estava sendo feito no Hospital Materno Infantil.
A jovem mãe não sentiu a emoção de abraçar seu sonho, sentir a pele do neném, respirar fundo a sensação de tornar-se mãe pela primeira vez.
Raiane morreu num leito da maternidade.
Mais um óbito recorrente nas dependências do HMM, iguais a tantos ocorridos ali nos últimos dez anos.
Mais uma morte de mãe que choca a população, espalha indignação, mas fica por isso mesmo.
Apenas um dado a mais no cadastro de óbitos de uma unidade hospitalar.
Não basta apenas o prefeito municipal determinar abertura de investigação, só isso é pouco.
Precisa haver um freio de arrumação definitivo naquele matadouro de humanos.
As investigações processadas por corpo técnico envolvem uma série de senões, a começar pelo corporativismo.
Raramente descobre-se a real autoria de óbitos como o que ocorreu mais uma vez nas dependências do Hospital Municipal.
O espírito de corpo produz “relatórios” recheados de explicações ininteligíveis, ou carregadas de senões quase sempre creditados a descuidos das mães durante o pré-natal.
Quando é a morte de bebês, como também já ocorreu mais de uma vez ali naquela casa hospitalar, o problema é “amenizado” com palavras de pouca criatividade:
“Calma, você é jovem e poderá ter outros filhos”; “Volte para casa e desmanche o quartinho”; “Foi melhor assim…”, são observações corriqueiras dirigidas às sentidas mães, desesperadas com a perda de seus sonhos.
Palavras ao vento, que nada traduzem de confortante diante daquelas que não tiveram a oportunidade de vivenciar o suspiro do ente tão esperado. .
A morte de Raiane deve ser creditada a erro médico? Houve negligência do corpo técnico que o atendia?
Respostas a essas perguntas, depois da morte da jovem, podem ter significado moral, mas nada trará de novo ao objetivo principal da questão: acabar de vez com a sequencia de mortes no HMI.
Não basta o prefeito bater a mão à mesa, como fez hoje ao exigir profunda investigação para apurar responsabilidades.
O Hospital Materno Infantil precisa ser reinventado, rejuvenescido com pessoas realmente qualificadas.
E a decisão para que isso realmente aconteça, é política.
Po-lí-ti-ca.
Gilsim Silva
24 de abril de 2014 - 12:48Hirochi, compartilho com você a indignção de mais esse fato lamentável ocorrido e envolvendo Hospital Materno Infantil de Marabá. Longe de querer fazer julgamento prévio, mais é necessário que as investigações saia da esféra administrativa e tome um caminho mais profundo envolvendo até mesmo o Ministério Publico, estamos tratando de um bem maior do cidadão, que é a VIDA. E tenho certeza absoluta que o Prefeito, será severo e exigirá com urgência a apuração deste fato, para por fim nessas situações lamentáveis que já tornaram-se corriqueiras no HMI. Minhas condolências a família da Raine Pereira.