Da Bahia vem a triste notícia de mais casos de trabalhadores rurais encontrados em trabalho análogo à escravidão.

Só que a descoberta vem acompanhada  de uma provável decisão da Justiça Trabalhista pedindo a expropriação da fazenda Vitória, localizada em Ribeirão do Largo, sudoeste da Bahia.

Os donos da fazenda Vitória, em Ribeirão do Largo, no sudoeste da Bahia, onde um grupo de lavradores foi resgatado, podem ter que pagar mais de R$ 1 milhão em indenizações, conforme ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizada nesta sexta-feira (1º).

Além da expropriação da fazenda, a indenização.

O coice e a queda.

Caso a Justiça aceite o pedido,  a terra vai passar a pertencer à União.

Resumindo,  a história é mais ou menos assim.

Os lavradores recebiam R$ 40 por mais de 10h de trabalho por dia. Eles também ficavam abrigados em dois alojamentos, onde não havia água, banheiro e nem energia elétrica.

Após resgatados por uma força-tarefa e levados até as casas deles, os trabalhadores receberam os valores da rescisão do contrato de trabalho, que totalizam pouco mais de R$ 45 mil.

As rescisões variaram de R$ 1,9 mil a pouco mais de R$ 4 mil, e foram pagas na quinta-feira (30).

Os valores correspondem aos dias trabalhados, às férias proporcionais e ao décimo terceiro proporcional, além do aviso prévio.

A ação de resgate de lavradores ocorreu na segunda-feira (27).

Na ocasião, o MPT retirou da fazenda 19 homens (foto), mas após o levantamento de dados, o órgão analisa o caso de um deles que foi identificado como um possível chefe empreiteiro.

Este empreiteiro recrutava os trabalhadores e ainda tinha uma venda onde fornecia produtos aos lavradores e descontava o valor da compra na quantia recebida pelos trabalhadores.

Apesar do pagamento das rescisões, o órgão trabalhista entende que as vítimas também devem receber R$ 360 mil em indenizações referentes aos danos morais individuais.

Cada um deve receber R$ 20 mil. O restante do dinheiro, R$ 1 milhão, será destinado ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

O MPT esclarece que a indenização pedida pelo órgão é para a sociedade, por danos morais coletivos, e também para cada uma das vítimas, por danos morais individuais.

O MPT disse ainda que propôs um acordo para que a empresa quitasse imediatamente o dano moral individual, mas os advogados pediram mais tempo.

Ainda conforme apontou o órgão, o processo que envolve os donos da fazenda pede que eles tenham compromisso de cumprimento de uma série de normas de trabalho daqui em diante, caso a fazenda não seja expropriada, e para as outras terras que são administradas por eles.