Desentendimentos de Caetano com a Folha de São Paulo e o Estado, sempre existiram.

Mas este ano, o raio de irradiação do conflito ampliou-se.

Por ocasião do show em que Caetano e Roberto Carlos cantam Tom Jobim, os dois jornalões paulistas desceram o sarrafo.

Em seu blog, Obra em Progresso, o baiano esturra, no sempre gostoso estilo caetanês de se ler:

Se o show fosse no Ginásio do Ibirapuera, o ruído dos aplausos assustaria a boba da Folha e o burro do Estadão”. Caetano escreveu, ainda, que “há anos não lia nada tão errado sobre música brasileira.

O cantor disse também que estava com saudade de São Paulo e que se sentiu esperançoso ao passear pela cidade. “Nem o provincianismo fraco dos articulistas dos dois grandes jornais conseguiu abalar essa sensação”, disse ele que ressaltou que o Brasil de Tom Jobim precisa estar à altura da Bossa Nova, precisando estar longe daqueles que são “débeis de cabeça e de coração”.

Caetano chamou atenção para o fato de que escrevia em resposta àqueles que comentaram as críticas feitas pelos dois periódicos para informar que as leu igualmente e que ficou “com pena dos dois fanfarrões que não sabem nem escrever” e que segundo ele, apresentam erros de português, redundâncias e obscuridades em seus textos

Depois veio um pega mais forte.

A Folha criticou Veloso por usar financiamento da Lei Rouanet para viabilizar a turnê de seu mais recente álbum, intitulado “Zii e Zie”.

Enviada pela colunista Mônica Bergamo, também da Folha, uma repórter do jornal invadiu o camarim do cantor, depois de um show, para entrevistá-lo a respeito dos subsídios estatais à produção artística.

A moça não só não fez uma única pergunta como na terceira de umas cinco punha na minha boca frases que eu não disse. Ela tinha sido enviada por Mônica Bergamo, que mantém uma página de fofocas meio sociais, meio políticas e o fito era nitidamente me tratar como se eu fosse um misto de Sarney com Dado Doladella.

Veloso expulsou a jornalista do ambiente, causando indignação em Mônica Bergamo.

Ao fim da quarta resposta, disse-lhe que fosse embora. Ela perguntou triunfante: Você está me mandando embora? Respondi que estava e insisti para que fosse logo. Depois a Bergamo foi para o rádio gritar meu nome com aquela voz de taquara rachada, competindo em demagogia e má-fé com o jornalista Ricardo Boechat.