Na segunda-feira, 21, quem esteve em Morada Nova, bairro localizado a 12 km do centro de Marabá, participando da solenidade de assinatura da Ordem de Serviço para recuperação da rodovia PA-150, assistiu  a Helder Barbalho “subir a bola” do deputado estadual Toni Cunha, como se este fosse o personagem principal do ato, depois da figura do governador.

No palanque, além de Helder e Toni, estavam os deputados estaduais Chamonzinho (MDB) e Dirceu ten Caten (PT), da base aliada de Helder – e importantes personagens na política de Marabá.

Outra figura que pode ser protagonista na eleição de 2020, o secretário de Estado de Transportes, Pádua Andrade – ex-secretário de Obras de Marabá e ex-ministro da Integração Nacional, integrava a comitiva do governador, também no palanque.

Ausência sentida foi a do prefeito Tião Miranda, para muitos, deixando de prestigiar o ato em razão da presença de Toni Cunha,  ex-vice prefeito de Marabá, com quem o chefe do Executivo  marabaense não faz muita questão de se aproximar.

Analisando expressões faciais em fotografias de alguns políticos de Marabá presente ao palanque de Helder, dá pra perceber claramente seus descontentamentos.

A chamada “subida de bola”  de Helder está sendo analisada por alguns setores da política como uma mensagem clara de que o deputado estadual pode vir a ser o candidato dele à sucessão de Tião.

Não é bem assim.

A distância  cronológica da eleição não é boa conselheira a um governante antecipar a disputa, e Helder é tarimbado suficiente para saber disso.

O governador pode ter movido estrategicamente uma pedra no tabuleiro do xadrez.

Como que dizendo : – “Não tem ele, vai tu mesmo”, numa alusão a indefinição do prefeito Tião Miranda se caminhará parceiro ou não do governador na eleição municipal.

Helder sabe do poder político de Tião, um prefeito que supera a média de 70% de avaliação positiva de sua atual administração, e que é o candidato favorito a própria sucessão – fato este que conduzirá os passos do governador, até o último momento, em busca de uma parceria eleitoral com Miranda.

A verdade, no entanto, é que a  estratégia do governador mandar “recado” sobrevalorizando o nome de Toni Cunha, no atual cenário político marabaense, provocou  reações distintas.

Entre os parlamentares estaduais eleitos por Marabá, insatisfação.

No centro do governo municipal, indiferença.

Expressão de importante secretário de Tião, em rápido bate-papo pelo telefone com o blogueiro:

 

– “O Tião nem tomou conhecimento disso (gesto de Helder subir a bola de Toni). Na hora da solenidade ele estava vistoriando importante obra que está executando em Marabá. Pra falar a verdade, a única preocupação do Tião, hoje, é fazer a melhor administração do município de todos os tempos, ao final deste mandato. Ele sabe que , em última instância, quem decide tudo é o eleitor. Para ele, não cheira e nem fede, nada disso.