Quem informa é a jornalista  Heloá Canali:

 

Com o resgate da Companhia de Portos e Hidrovias do Pará (CPH) e o aumento no volume de investimentos na área feito pelo Governo do Estado ao longo dos anos, foram iniciados, ainda em 2012, diversos estudos e projetos para recuperar, readequar e construir pelo menos 13 portos em diversas regiões do Pará.

O principal objetivo com essa mudança é melhorar a mobilidade da população que reside à beira dos rios, facilitar e baratear o escoamento da produção por essas localidades e fomentar o turismo nas cidades beneficiadas com as mudanças.

No Brasil, a maioria dos Estados depende do transporte rodoviário e ferroviário (as hidrovias são a menor porcentagem). No Pará, ainda que boa parte dos rios não sejam inteiramente navegáveis, existe um potencial que está sendo melhor explorado, especialmente para a circulação interna de passageiros.

Segundo o presidente da CPH, Haroldo Bezerra (foto), diferente de outros Estados do país, o Pará tem vocação natural pela malha de transporte hidroviária. “Apesar de termos mais de 20 mil quilômetros de estradas no Pará, o modal hidroviário tem mais passageiros circulando.

Dos 144 municípios, apenas 29 não têm ligação pelos rios. Por isso o investimento tão forte na recuperação, construção e reconstrução de portos é necessário, por acreditarmos que essa é uma das opções de investir na melhoria da mobilidade de passageiros”, explica.

Já o transporte de cargas tem outros gargalos, por conta do calado e das condições dos rios, o que dificulta a navegação de grandes embarcações cargueiras.

Para o transporte de passageiros internamente, porém, os rios podem ser mais que ruas: podem ser estradas.

Para melhorar a circulação de passageiros e o uso desse modal internamente, entre os anos de 2012 a 2015, seis obras foram concluídas e entregues.

Belém, Itaituba, Porto de Moz, São Sebastião da Boa Vista, Barcarena e Gurupá foram os primeiros municípios beneficiados com novos terminais. O investimento total nesse primeiro momento somou quase R$ 26 milhões.

O Terminal Hidroviário de Belém, inaugurado em 2014, trouxe conforto, segurança e infraestrutura adequada para atender à população.

E voltou a impulsionar o turismo no Marajó, atraindo inclusive empresas, que modernizaram as embarcações, com lanchas rápidas fazendo a travessia. Desde então, mais de 2,2 milhões de pessoas já passaram pelo terminal, de turistas a familiares, passando por comerciantes.

A próxima etapa, que prevê os mesmos benefícios, mas em outras sete localidades, já iniciou. “As obras ocorrem em Faro, Terra Santa, Curuá, Santarém, Santana do Tapará, Prainha e Almeirim.

Nas duas primeiras atingimos 40% de conclusão; Prainha está com 35%, Almeirim com 30%, Curuá com 20%, Santana do Tapará com 10% e Santarém com 5%.

No caso específico de Santarém, vemos a obra um pouco mais lenta, mas por ter sido a última a iniciar (tem menos de três meses), mas segue em ritmo forte, vencida a etapa burocrática de licitação”, detalha Haroldo Bezerra.

Os investimentos na área do Baixo Amazonas são os mais altos, ultrapassam os R$ 85 milhões, obtidos por meio de empréstimo do Governo do Pará junto à Caixa Econômica Federal.

O maior objetivo é levar infraestrutura adequada e moderna para a região.

“Esse porto de Santarém será um dos mais modernos e mais bonitos do Brasil, padrão nunca visto antes por aqui, ‘coisa europeia’. São quase R$ 63 milhões de investimento na construção, que vai mudar o jeito como as pessoas usam esse tipo de transporte na região”, afirma o presidente da CPH.

O projeto do governo é dotar o Estado de um conjunto de terminais e portos que vão compor um novo fluxo de passageiros e de carga, sem esquecer a questão social.

“Estamos trazendo dignidade aos passageiros, com estruturas fluviais e navais para que cheguem aos portos e terminais com acessibilidade, conforto, segurança e um receptivo bem elaborado para deixá-los sempre bem informados, proporcionando a melhor experiência ao viajar de barco”.

Avançam as obras do Terminal Hidroviário de Cargas e Passageiros de Santarém, na região oeste. Segundo a Companhia de Portos e Hidrovias do Estado (CPH), depois de concluído, o espaço deve movimentar em média de 50 a 60 mil passageiros por mês, além suprir definitivamente a demanda de trabalhadores, donos de embarcações e da população da região que usa o modal hidroviário.

O diretor de Gestão Portuária da CPH, Demétrio Dib Hage Neto, informa que na parte da construção civil há três frentes de trabalho.

“Uma delas atua na revitalização do terminal de cargas, que inclui toda a restauração da parte metálica, já iniciada. Na parte da construção do terminal de passageiros já estamos finalizando as fundações com as cravações das estacas tipo hélice. Começamos também a construção do muro de arrimo e posteriormente a ponte em concreto armado, com extensão de 160 metros de comprimento e dez metros de largura e dos flutuantes”, explica.

O terminal de cargas terá 5,6 mil metros quadrados de área para uso das empresas de transporte. Já o terminal de passageiros terá 3,6 mil metros quadrados de área construída.

O local será totalmente climatizado e contará com sala de embarque e desembarque de passageiros; guichês para venda de passagens; guarda-volumes; banheiros; fraldário; praça de alimentação com 404 lugares; área de espera com 801 lugares; espaço para órgãos intervenientes, como a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado (Arcon) e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq); quiosques de informações; lojas; escada rolante, lanchonetes e plataforma vertical.

Na área de estacionamento serão 120 vagas para carros, 90 para motos e 60 para bicicletas. O terminal contará, também, com ponto de táxi e paradas para ônibus e microônibus.

Na parte naval, as equipes trabalham na construção de sete flutuantes, que irão compor o píer que servirá de “estacionamento” para as embarcações, inclusive com leitura da subida e descida do nível do rio.

De acordo com a CPH, a estrutura naval contará, ainda, com 300 placas de captação de energia solar que farão a alimentação da climatização do corredor de passageiros, garantindo acessibilidade e conforto da saída das embarcações até a área de embarque, além de oito fíngers de atracação (quatro por 12 metros), que garantirão a atracação de até 17 embarcações simultâneas.

Os estudos feitos pela CPH em parcerias com entidades de ensino também prevêem obras em outras 14 localidades, que formam a terceira etapa de investimentos.

De 2019 até 2020, a previsão é fazer as mudanças também em Alenquer, Óbidos, Algodoal, Monte Alegre, Limoeiro do Ajuru, Aveiro, São Caetano de Odivelas, Igarapé-Miri, Muaná, Breves, Curralinho, Soure, Ponta de Pedras e Salvaterra.

“Serão mais R$ 33 milhões investidos para melhorar a vida de milhares de pessoas. Antigamente não tínhamos investimentos nesse setor, hoje, trabalhamos com uma verba que ultrapassa os R$ 100 milhões. A prioridade do governador é atender principalmente o ribeirinho. O que foi feito nesses últimos seis anos no Pará, unindo visão estratégica, econômica, social e ambiental, não é visto em lugar nenhum no Brasil”, finaliza o presidente da Companhia de Portos e Hidrovias, Haroldo Bezerra.    (Foto de Sidney Oliveira)