Neste final de ano, minha porção brega aflorou ao assistir o DVD Waldick, produzido pela belíssima Patrícia Pillar. O velho Waldick Soriano, como sempre, sacana e mais cafajeste do que nunca – no bom sentido, claro.

Gravado no Centro Cultural Sesc Luiz Severiano Ribeiro, em Fortaleza, o show bem situado pelas doze câmeras distribuídas pelo pessoal da Anima 1 Produções, não é para quem gosta de merda, não. É coisa boa. Brega, mas boa. Ou pensam que Brega não é bom?!

Num dos bate-papo do making-off, a gente fica sabendo, por exemplo, da participação do maestro Guerra Peixe -, um dos melhores da música pernambucana, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro -, na vida do cantor. Comunista conhecido e com militância destemida no Partidão, durante os anos 70, o maestro andou fazendo arranjos para discos de Waldick Soriano, oportunidade em que tentava fazer a cabeça do ídolo da música “brega”. Com seu jeitão desbocado, Waldick conta:

– Ele queria me jogar no comunismo, rapaz. Entendeu? Quase eu entro nessa, já pensou. Não estava mais aqui gravando canções. ( Soltando a risada conhecida)

Com o aval de Patrícia Pillar, o baiano Waldik Soriano, nascido sertanejo em Caitité, ressuscita de longa letargia. Havia parado no tempo parece envolvido com alcoolismo, essas coisas. Para quem gosta de curtir sacadas de ídolos da arte popular, é de rir uma passagem de Soriano, no bate papo:
– Às vezes fico pensando onde estava quando fiz uma musica como essa (“Nostalgia” – horrível, por sinal! Eh eh eh ) Eu tava pensando em quê? Em quem? Por que eu tive tantas mulheres em minha vida… Porque todo homem tem sua ilusão, né? Entendeu? E o poeta, então, ele se apaixona fácil -, viu? -, pelas mentiras das mulheres… Mas todas elas pra mim foram bacanas, eu dei todo amor a elas, elas me deram muito carinho…
O homem, quando ele gosta de uma mulher, ele tem que fazer tudo pra ela.. Ela quer um vestido bonito? Dê! Quer uma jóia bonita? Dê! Entendeu?
Quer, quer, quer, quer? DÊ!!!!! Quer, quer, quer, quer? DÊ!!
Aquele cara que só quer sustentar a mulher com feijão e farinha, não dá, né, véi?