Na sociedade, convivemos com o espírito de corpo – quando determinados grupos defendem seus interesses comuns; e o espírito de porco.

O último deriva da má fama do porco, embora injusta, sempre associada à falta de higiene, à sujeira e – inclusive -, à impureza, ao pecado, e ao demônio, conforme algumas alusões  de textos bíblicos.

Essa má fama foi reforçada no período da escravidão,  quando escravos  se negavam a executar a tarefa de matar os porcos nas propriedades de seus donos.  Havia  crença de que o espírito do porco ficava no corpo de quem o matava e o atormentava pelo resto de seus dias.

Mas o espírito de porco perambula pela sociedade impunemente, fazendo maldades e criando incertezas, sem que tenhamos ainda descoberto um meio de exorcizá-los, afugentando-os às profundezas  do inferno.

Durante o carnaval, sempre assim, espíritos de porco fizeram, por baixo, cerca de 800 ligações falsas para o Samu, em Belém.  Pintaram e bordaram suas fantasias criminosas promovendo trotes, deslocando ambulâncias para locais onde elas não haviam sido chamadas.

Bandidos  e marginais ( quem sabe, entre eles, até adolescentes estimulados pela mente safada de adultos irresponsáveis) obrigando equipes de paramédicos a serem deslocados de mentirinha, enquanto em algum lugar da cidade doentes em estado grave sem poder ser atendidos.

A secretaria de Saúde de Belém informa que os trotes representaram um terço das ligações ao Samu.