Habituado a proferir palestras em associações de bairros, sempre que recebe convites, o médico Jorge Bichara tem percebido a reação contagiante da população àquelas pessoas que se mantiveram à frente da  campanha plebiscitária favorável ao Estado de Carajás.

Não apenas exercendo a presidência da Fundação Zoobotânica  de Marabá como também à frente da diretoria da Unimed Sul do Pará, Bichara foi um dos agentes formadores de opinião na batalha travada pela aprovação do  Sim, participando de reuniões e comícios, além das concentrações realizadas em diversos municípios da região.

Pelo menos em três palestras proferidas pós-plebiscito, o médico vem absorvendo leitura de  quanto foi importante para as esperanças do povo regional, “principalmente para a sua autoestima”, a vaga possibilidade de que os dois Estados poderiam ser criados.

Na avaliação de Jorge Bichara, levará ainda muito tempo para “sarar essa ferida deixada na alma das pessoas, decepcionadas com o resultado da consulta”.

Ao mesmo tempo em que a população consagra com simpatia os defensores da criação do Estado, Jorge tem percebido o quanto a mesma está “decepcionada e revoltada com quem ficou contrário a ideia ou em cima do muro”.