Era verdade. Uma sucuri morta no bacuri, só que de tamanho pequeno, medindo menos de dois metros. Não tinha suporte para engolir nem pacu-manteiga quanto mais impressionar leitores.
Fazer o que? Não tem tu, vai tu mesmo.
As orientações passadas a Joãozinho depois da decepção com o tamanho do réptil era para que ele encontrasse ângulos que transmitisse ilusão de ótica dimensionando a sucuri.
O garoto era craque naquilo e fez melhor do que pedimos. Dava para dizer que a cobra tinha pelo menos seus cinco metros. Não deu outra:

– Sucuri de 5 metros assusta no Bacuri.

A edição de O Progresso de domingo esgotou antes das dez horas.
Parênteses: naquela época, conseguíamos vender em torno de setecentos exemplares diariamente, de terça a sábado (segunda-feira o jornal não circulava). Aos domingos, rodávamos mil jornais. Registro isso para lembrar que jornais de Marabá, hoje, não vendem números superiores a isso, por edição. Se passar, é pouca coisa. E isso ocorreu em 1976, numa demonstração do gosto que o maranhense tem pela leitura de jornais. Fecha.
Missão cumprida, jornal consumido integralmente e o tamanho da sucuri passou a ser o tema dominante em toda a semana. Só que a história estava apenas começando.