“Hoje o Marajó está no século XXI”, afirmou a prefeita de Ponta de Pedras, Consuelo Castro, se referindo à inauguração do fornecimento de energia firme e de sinal de internet de fibra ótica, que na tarde desta quarta-feira, 29, chegaram à cidade, por meio de dois circuitos de cabos subaquáticos. Foram investidos cerca de R$ 250 milhões no projeto, que também vai beneficiar outros nove municípios, fruto da parceria do Governo do Estado e das Centrais Elétricas do Pará (Celpa).

“A subestação de Ponta de Pedras permite que a Ilha do Marajó se integre ao Sistema Interligado Nacional, enquanto o sinal do Navega Pará conecta a gente com o mundo”, destacou Consuelo Castro, com a convicção de quem enfrentava o problema diariamente, como no caso da escola municipal Romeu Santos, recentemente reformada e equipada com 24 centrais de ar-condicionado, que não puderam ser ligados por que a energia gerada na cidade não permitia o funcionamento dos aparelhos.

Se na área educacional a qualidade da energia era um problema, na área da saúde a situação se agravava. “O aparelho de Raio X do hospital municipal nunca conseguiu funcionar pois a energia termoelétrica não tinha capacidade de atender a nossa demanda. Isso demonstra o quanto esse investimento é fundamental para a nossa região”, contou Consuelo Castro, ressaltando que a data marca a realização de um sonho da população. “Uma espera de 13 anos”, reiterou a gestora municipal em seu discurso.

Para o governador Simão Jatene, que também visitou as obras de construção da UIPP, do Banpará e de pavimentação de 10km da estrada de acesso à praia de Mangabeira, que estão sendo realizadas pelo Governo do Estado em Ponta de Pedras, a chegada de energia e internet de qualidade ao Marajó significa dar condições para o desenvolvimento da região. “Trazer energia firme significa dizer que o Marajó passará a ter condições de se integrar de forma mais global ao mundo, atraindo novos empreendimentos para gerar emprego e gerar renda para a população”.

Jatene lembrou que na década de 90 os municípios marajoaras tinham energia por apenas quatro horas por dia. “Na gestão do governador Almir Gabriel é que o fornecimento passou a ser por vinte e quatro horas, só que produzindo essa energia à base de óleo diesel, uma forma que além de agredir o meio ambiente, não permite a instalação de grandes empreendimentos”, ressaltou o chefe do Executivo Estadual, ao informar que a obra tem investimento compartilhado entre a Celpa e o Tesouro do Estado.

“Independente do recurso ser proveniente dos cofres públicos ou da empresa, esse linhão é fruto do esforço de todos os paraenses, que se dedicam à construção de um estado melhor. Mas não é só energia firme que chega hoje, chega também internet em fibra ótica, com qualidade, e isso é, sem dúvida, um outro marco histórico que precisa ser dividido com todos que contribuíram, pois obras dessa natureza não pertencem a um governo, porque só são possíveis pelo apoio coletivo de toda a sociedade”, finalizou o governador Simão Jatene.

A subestação de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, é conectada à subestação de Vila do Conde, em Barcarena, por 17 quilômetros de cabos em cada circuito, beneficiando mais de 30 mil pessoas no município. O deputado estadual Airton Faleiro (PT) elogiou o esforço governamental para levar energia firme ao Marajó. “Se não fosse a decisão política do governador Simão Jatene, essa obra não teria sido feita”, garantiu.

As obras em Ponta de Pedras são a parte inicial da interligação de energia firme na Ilha do Marajó, que também prevê a ampliação e construção de mais subestações e rede, que beneficiarão municípios como Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari, Anajás, Chaves, Afuá, São Sebastião da Boa Vista e Muaná.